Marcel Capretz

O Corinthians e suas aflições

Marcel Capretz

Que Tiago Nunes teria dificuldade nesse início de trabalho no Corinthians já escrevi, falei, repeti e tudo mais…porém assusta muito a dificuldade de a equipe evoluir em aspectos básicos do jogo.

Não há nem a possibilidade de reclamar de falta de treinos, já que a equipe fez apenas dois jogos em dezoito dias. E quando não há evolução mesmo com tempo e treinamentos é porque há mais coisas envolvidas.

Os jogadores corintianos compraram a ideia de Tiago Nunes. Eles querem uma equipe mais ofensiva. Agrada, dos mais jovens aos mais experientes, a ideia de ter um time que privilegie o ataque.

Está descartada qualquer possibilidade de corpo mole – possibilidade levantada por muitos sempre que o resultado não vem. Porém os conteúdos ofensivos apresentados nos jogos ainda carecem de muitos ajustes. Princípios básicos como apoio, mobilidade, penetração e profundidade não aparecem no jogar corintiano.

E o que é pior: os bons conteúdos defensivos, deixados de herança por Fábio Carille, não são mais vistos, por talvez não serem mais estimulados.

Tiago Nunes chegou com carta branca da diretoria para realizar as mudanças que julgava corretas. Vale lembrar que ele foi contratado em novembro, mas só assumiu em janeiro. Dispensas de jogadores consagrados como Ralf e Jadson foram aceitas, porque empolgava a todos – incluindo a direção – a ideia de uma equipe dinâmica, intensa e ofensiva.

Tiago também realizou ajustes na relação com diversos setores como análise de desempenho, departamento de inteligência e na comunicação com as categorias de base. A tal da ‘cartilha’ já tão falada, que organiza horários de refeições e sono dos atletas, também foi instituída com o aval de quem está acima do treinador.

Tudo isso não interfere diretamente no resultado de campo. Mas entra na relação do treinador com o ambiente do clube em que ele está.

Tiago Nunes tem que ter a flexibilidade para ‘conversar melhor’ com o que é o Corinthians. Inclusive, as próprias entrevistas dele tem que ser mais ‘corintianas’. Quando Tite, por exemplo, entendeu isso seu trabalho cresceu.

Tiago não deve nunca abandonar suas convicções. Mas adapta-las ao que foi e ao que é o Corinthians é fundamental para que no futuro o treinador e o clube formem um só, aliando desempenho e resultado.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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