Opinião

O padre segundo o Papa Francisco

Padre Antônio Carlos D’Elboux é pároco de Rafard (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Padre Antônio Carlos D’Elboux

Estou muito feliz com a atuação do nosso Papa Francisco, por quem rezo diariamente pedindo que Deus lhe dê saúde e coragem para conduzir nossa Igreja nos caminhos de Jesus. Lendo e refletindo a exortação apostólica “A alegria do Evangelho” do Santo Padre Francisco sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual apresento alguns pensamentos dele sobre a Igreja, o padre e a missão do evangelizador. Todos precisamos nos converter aos apelos de Jesus. Optei citar textualmente alguns pensamentos do Santo Padre que deseja uma Igreja cada vez mais fiel a Jesus Cristo. Indico as páginas onde você pode encontrar o texto citado.

“Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (20).

“Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação” (27).

“… se um pároco, durante um ano litúrgico, fala dez vezes sobre a temperança e apenas duas ou três vezes sobre a caridade ou sobre a justiça. Gera-se uma desproporção, acabando obscurecidas precisamente aquelas virtudes que deveriam estar mais presentes na pregação e na catequese. E o mesmo acontece quando se fala mais da lei que da graça, mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra de Deus” (38).

“Aos sacerdotes, lembro que o confessionário não deve ser uma câmara de tortura, mas o lugar da misericórdia do Senhor que nos incentiva a praticar o bem possível” (44).

“A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos dessa abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas” (47).

“O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promove-los” (58).

“… é necessário reconhecer que, se uma parte de nosso povo batizado não sente a sua pertença à Igreja, isso deve-se também à existência de estruturas com clima pouco acolhedor em algumas das nossas paróquias e comunidades, ou à atitude burocrática com que se dá resposta aos problemas, simples ou complexos, da vida dos nossos povos. Em muitas partes, predomina o aspecto administrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização” (63).

“… é possível notar em muitos agentes evangelizadores – não obstante rezem – uma acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio do fervor. São três males que se alimentam entre si” (78).

“É impressionante como até aqueles que aparentemente dispõem de sólidas convicções doutrinais e espirituais acabam, muitas vezes, por cair num estilo de vida que os leva a se agarrarem a seguranças econômicas ou a espaços de poder e de glória humana que se buscam por qualquer meio, em vez de dar a vida pelos outros na missão. Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário! (80).

“Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade confortável ou no círculo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho” (88).

“Em outros setores de nossa sociedade, cresce o apreço por várias formas de ‘espiritualidade do bem-estar’ sem comunidade, por uma ‘teologia da prosperidade’ sem compromissos fraternos ou por experiências subjetivas sem rostos” (90).

“Em alguns, há um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas não se preocupam que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história. Em outros, o próprio mundanismo espiritual esconde-se por detrás do fascínio de poder mostrar conquistas sociais e políticas, ou em uma vanglória ligada à gestão de assuntos práticos, ou atração pelas dinâmicas de autoestima e de realização autoreferencial” (95).

“Hoje mais do que nunca precisamos de homens e mulheres que conheçam, a partir de sua experiência de acompanhamento, o modo de proceder onde reine a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, para, no meio de todos, defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho. Precisamos nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade de coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual” (171).

“O verdadeiro missionário, que nunca deixa de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária. Se uma pessoa não O descobre presente no coração mesmo da entrega missionária, depressa perde o entusiasmo e deixar de estar seguro do que transmite, faltam-lhe força e paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém” (266).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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