Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

O poder de um mosquito

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Alexandre, conquistador do Império Persa, é considerado o maior líder militar da Antiguidade. Na sua infância, teve como tutor Aristóteles, que lhe ensinou retórica e literatura, e estimulou seu interesse pelas ciências, medicina e filosofia.

No verão do ano 336 a.C., seu pai, Felipe II, foi assassinado e Alexandre subiu ao trono da Macedônia, dando início à trajetória de um dos maiores conquistadores da História.

Ele foi um importante rei da Macedônia, que viveu no século 4 a.C. Em apenas 33 anos de vida, Alexandre, o Grande formou um enorme império, que ia do sudeste da Europa até a Índia.

Alexandre destacou-se pelo brilhantismo tático e pela rapidez com que atravessava grandes territórios. Ainda que valente e generoso, era cruel quando a situação política assim o exigia. Cometeu alguns atos dos quais se arrependeu, como o assassinato de seu amigo Clito em um momento de embriaguez.

Como político e dirigente, teve planos grandiosos. Segundo alguns historiadores elaborou um projeto de unificar o Oriente e o Ocidente em um império mundial.

E a história conta que morreu devido uma picada de mosquito, que se transformou numa febre e o levou para o Além com apenas 33 anos.

Venceu enormes batalhas e um serzinho “insignificante” liquidou sua existência corporal.

Grandes incêndios começam com uma faísca.

Grandes florestas, com uma semente ou muda.

Grandes caminhadas começam com o primeiro passo.

Para a Psicologia, os hábitos são construções a partir do nascimento. (Vale dizer: tão somente nesta vida corporal.)

Para nós, espíritas, no entanto, são também reflexos das experiências acumuladas ao longo de vivências milenares, que se perdem na noite dos tempos. Somos seres espirituais estagiando na escola Terra em crescimento.

E precisamos vencer os hábitos negativos que trouxemos ou que cultivamos, como: dependência do fumo, embriaguez, reclamação, palavras de baixo calão, apego excessivo material e emocional, prejulgamento dos outros, espera de solução sem ação ou espera de obter resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa.

Diz o apóstolo Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6:12).

Somos sempre livres para nossas escolhas.

É razoável e o bom-senso nos diz que devemos cultivar os bons hábitos e nos esforçar por vencer nossas pequenas limitações físicas ou morais.

O instrutor de Alexandre, o filósofo grego Aristóteles, é o pai dessa ideia formidável de mudança e crescimento:

“Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”.

Eis aqui alguns hábitos positivos e saudáveis de cultivar para nosso aprimoramento: estudar e procurar aplicar o conhecimento, lembrando o apóstolo: “A fé sem obras é morta”. Fazer o bem sempre… Fazer exame de consciência todos os dias. Criar o hábito da oração, renovando o ânimo e mantendo a perseverança no ideal e nos projetos.

A oração pode ser a sementinha da construção de novos hábitos, ou seja: um novo modo de se comportar pode começar com algo aparentemente insignificante, para alguns (um momento de meditação, umas palavras vindas do coração, de manhã, à noite…). Mas esse pequeno gesto pode nos levar a um poder que não imaginávamos antes.

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
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Jornal O Semanário

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