Marcel Capretz

O que aprendi com as Olimpíadas

O futebol é o tema central desse espaço, mas ele está sob um guarda chuva maior que é o esporte e tudo que envolve competição. E por mais que cada modalidade tenha suas particularidades é possível tirarmos ideias que são genéricas. Principalmente as relacionadas ao campo mental.

Temos o jogo travado no campo, na quadra, na pista, na piscina e etc. E temos também o jogo da mente. E as Olimpíadas do Japão nos trazem grandes reflexões sobre para onde está caminhando o atleta de alta performance nesse mundo pandêmico e que se transforma em uma velocidade jamais vista.

O ponto que mais me chamou a atenção – e aqui falarei de conceitos e não de pessoas – foi ainda a simplicidade. Ganhadores de medalhas olímpicas negando qualquer tipo de pressão que a magnitude desse evento naturalmente carrega afirmando que fizeram apenas o que estão habituados. Provas individuais afloram muito isso. Afinal, é mais vantajoso pensar que alí estão os olhares de todo o mundo e que qualquer falha será notada por milhões de telespectadores, que o resultado obtido pode ser a única chance de uma mudança radical de patamar de vida ou que trata-se apenas de mais uma ‘volta de skate’, mais uma ‘corrida na pista’ ou mais uma ‘nadada’?!

Não é trivial esquecer o entorno e focar apenas na tarefa a ser desempenhada, mas notei que quem tem essa habilidade é porque valoriza e tem um processo muito bem sedimentado. Contando que um ciclo olímpico tem quatro anos, são quarenta e oito meses de preparação.

A competição irá refletir o preparo prévio de cada um. Atletas que acreditam na repetição, na melhora contínua, na auto avaliação de erros e acertos tendem a se dar melhor quando ‘é pra valer’. O estado de confiança não se gera apenas com otimismo e pensamento positivo. Isso também ajuda, entretanto sem um processo por trás se torna ineficaz.

E por fim destaco a capacidade de superação. Ninguém nasce campeão. Ninguém nasce o melhor do mundo. Ninguém nasce medalhista olímpico. E todo sucesso teve inúmeros fracassos anteriores.

Várias derrotas que alguns encaram como o fim da linha e outros como oportunidades de fazer diferente. A habilidade de se levantar é fundamental para chegar no topo.

E se a maioria quer resultado rápido, dá para afirmar que vai colocar a medalha no peito aquele que foca na tarefa, que acredita no processo prévio e que não se abala com as derrotas, entendendo que elas são fundamentais para pavimentar o caminho de glórias futuras.

Essas habilidades mentais que observei e pincei atentamente nesses dias de Jogos Olímpicos servem para qualquer modalidade, incluindo o futebol, e também para a vida de cada um de nós. Se o esporte reflete a sociedade, vamos nos inspirar nos vitoriosos. Se alguém conseguiu, qualquer um consegue!

Marcel Capretz

Marcel Capretz é radialista e jornalista formado pela Universidade Mackenzie e pós-graduado pela Fundação Cásper Líbero. [email protected] www.marcelcapretz.com

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