Leondenis VendramimOpinião

O que é mais importante? 2

14/10/2016

O que é mais importante? 2

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Leondenis Vendramim/Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Leondenis Vendramim/Arquivo pessoal)

ARTIGO | Voltando ao assunto, tentando levar o leitor à indução, para responder a questão acima, continuemos com a parábola de Jesus e algumas ilustrações. Primeiramente vamos estabelecer uma diferença entre talento e dom. Talento é uma aptidão, ou habilidade que pode ser inato ou adquirido, mas precisa ser praticado e aprimorado ou esse talento se definha. Se alguém nasce com facilidade para aprender línguas estrangeiras e pratica, desenvolve, caso contrário perde a tendência. Se o Gabriel de Jesus, talentoso jogador de futebol, não treinar, não perseverar e não acatar a disciplina, perderá seu talento. Porém de nada adianta um perna-de-pau treinar, ser disciplinado e perseverar, jamais terá êxito jogando futebol. O dom é algo que se recebe gratuitamente, inato ou não, mas não precisa de aprimoramento. Os discípulos receberam o dom de falar línguas estrangeiras, fluentemente, sem ter estudado (ver (Atos 2:1-12; 1 Cor. 14:27-28). O dom não necessita de treino e estudos, a prática o torna notório, o talento precisa.
Jesus mostrou pela parábola (Mt. 25:14-30) que o uso, a dedicação, a perseverança leva à multiplicação dos talentos: quem recebeu 5 talentos aumentou para 10, quem recebeu 3, acrescentou mais 3, quem recebeu 1 não adicionou porque não utilizou. É bom certificarmo-nos de que aquele servo último caiu no desagrado do seu senhor, foi chamado de servo mau e lançado no fogo. Isto revela que Deus não Se agrada daquele que não se empenha por galgar na escada do saber e que se acomoda ao fazer as coisas mais ou menos bem feitas. Tive um professor de grego que nos contou que um professor disse aos seus alunos na primeira aula: “Detesto os alunos bons; só aprecio os alunos melhores”. “Por bons”, queria dizer alunos que se consideram bons e se acomodam. Dizem os motivadores que “todo talento é 1% inspiração e 99% transpiração”.
Um rei persa chamou os três melhores tapeceiros do seu reino e disse-lhes que queria que o melhor deles fizesse um tapete para o seu palácio Eles deviam fazer um para teste. Depois de tempo chamou o primeiro que apresentou um tapete lindo e perguntou: “É o melhor que você consegue?” Sim, respondeu. Ao segundo foi feita a mesma pergunta, e ouviu a mesma resposta. Repetiu a pergunta ao terceiro que respondeu: “Fiz o meu melhor, mas sei que sempre posso melhorar”. Este foi contratado.
Outro ensino da parábola é que todos possuem pelo menos um talento. Cabe a cada um treinar e aperfeiçoar suas aptidões, pois nesse afinco é que se conseguem outros talentos. Como diz um motivador emocional: “alguns com a escada debaixo do braço reclama, como vou conseguir subir?” Conheci um senhor que era rico, guardava muito dinheiro num colchão de palha no qual dormia, mas vivia uma vida de pobreza e muita economia. O governo mudou o dinheiro, passou o tempo determinado pela Casa da Moeda para a validade do anterior, e ele perdeu tudo. Semelhantemente, muitos têm talentos, mas não os empregam e acabam na miséria emocional e financeira. Procure saber qual ou quais são seus talentos e os multiplique, ou acabará na miséria.
A parábola revela outra lição. O senhor exigiu daqueles que tinham cinco e três talentos, tanto quanto daquele que só tinha um – a adição, não a quantidade dos talentos adicionados. Em Mt. 25:21 o senhor disse aos progressistas: “…foste fiel no pouco, no muito te colocarei, entra no gozo do Senhor” e ao que nada acresceu: “…servo mau e negligente, empregasse meu dinheiro ao banqueiro e eu receberia com juros…servo inútil… e o mandou ao fogo”. (Mt. 25:26-30). Uma criança, embora erradia é altamente valorizada com seu primeiro sorriso, primeira palavra, com suas garatujas e cacofonias porque revelam progresso. Assim, Deus faz questão das pequenas coisas, (ver Mt. 10:42; Mc 12;42), valoriza as mínimas evoluções, desde que o alvo seja a perfeição. O caudaloso rio Tietê começa com pequenas nascentes; um bom músico começa com melodias simples; um bom alfaiate se faz pregando botões e chuleando e cosendo pequenas peças, assim um cristão se constrói com pequenas atitudes de bondade, evitando o falar áspero, usando da gentileza. Vamos tentar?

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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