Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

O que é que mais desejamos?

Alguns pensam que para ser amigo basta querê-lo, como se para estar são bastasse desejar a saúde. Aristóteles

Em pesquisa da plataforma Semrush, na lista de desejos dos brasileiros para 2022 está em primeiro lugar casar, em segundo lugar comer de modo saudável e em terceiro empreender, conforme publicação no site aCorDaCidade. O levantamento da plataforma de gerenciamento de visibilidade online apontou quais são as principais buscas, variando entre objetivos de relacionamento, conquista material, desenvolvimento pessoal e profissional.

Até o casamento tem estágios que muitos não respeitam; a sensualidade e as liberdades atuais atiçam, e a formação dos lares acontece de repente – sobretudo para os mais jovens.

Um rapaz em tratamento de dependência química, que havia recaído após dois meses de sua saída da internação, estava de volta à clínica e me disse: “Quando eu sair daqui, vou casar no cartório”. Perguntei: “Com a mãe de sua filha?”. “Não, com outra que tem também uma criança, que conheci agora. Essa é o amor da minha vida.” (A paixão cega: conheceu há menos de dois meses…).

“Mas sua mãe sabe? Porque é ela quem patrocina sua internação e dá emprego para você.” Ele respondeu despreocupadamente: “Ela não quer, mas quem decide sou eu, eu que faço minhas escolhas”.

Que escolha infeliz! Não tem trinta anos, dá tempo de se tratar e se recuperar de sua compulsão, estudar, fazer um curso profissionalizante e conhecer a moça, a sua família, seus gostos e tendências para, então, decidir.

No livro “O evangelho segundo o espiritismo”, que a Editora EME traduziu do francês e publicou, temos uma página assinada por Lázaro, em Paris, 1862, que trata da Lei do Amor: “Em seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar da palavra, mas este sol interior que condensa e reúne em sua ardente fornalha todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas”.

O médico André Luiz, falando sobre os conflitos interiores de rapazes e moças na Terra, afirma que: “Às vezes se arrojam ao casamento com absoluta inaptidão para as grandes responsabilidades, qual se estivessem impulsionados por molas invisíveis, sem qualquer consideração para com os impositivos da prudência.

“Como se fossem atacados por subitânea loucura, desatendem a todos os conselhos do lar ou dos amigos, para despertarem, depois, com problemas de enorme gravidade, quando não acordam sob a neblina de imensas desilusões” (“Entre a terra e o céu”, FEB).

Somos seres espirituais peregrinando na escola que chamamos Terra. Nosso DNA é Divino, somos centelha divina – ser perfectível, ainda muito distante da perfeição. Mas temos o privilégio da informação de Jesus, que diz “vós sois deuses”, quer dizer, somos filhos de Deus, irmãos do Mestre, de Maria, de Pedro, de Sócrates… Também de madre Teresa de Calcutá, que é taxativa: “Não escutamos e não amamos aqueles que vivem do nosso lado, e achamos que é ‘fácil amar os que estão longe’ e que desconhecemos”. Somos a humanidade que habita o planeta Terra.

Serem soberanos de suas próprias vidas é o que desejam as mulheres e os homens.

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