ColunistasRubinho de Souza

O salãozinho “pra lá do céu”

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Na foto acima, vemos os moradores de Rafard, num baile, no bairro Bate-Pau, que nos anos 60, formaram uma espécie de associação, cuja sede era vizinha ao campo do RCA, num salãozinho que tinha no correr entre a casa de Dona Mariana, avó de Eduardo Estanislau, e a casa de Amábile Castelo, o qual davam o nome de “Prá lá do céu”.

Segundo comentários de alguns sessentões no Grupo – Rafard Do Fundo Do Baú, tais como Lázaro Humberto Cristofoli, José Honora, Marinês Gasperotto Bertelli, Aparecida Gomes Bressan, Waldomira Vó Mira, Maria Aparecida Sanches, que eram crianças, mas lembram de serem levados pelos pais nos bailes, e das festas juninas realizadas nesse salãozinho, sendo estas, também muito concorridas.

Entre muitos conhecidos, que frequentavam os bailes, estão também na foto, o saudoso Avelino de Barros, dançando com sua esposa, e que ao vê-lo na foto, me veio na memória um fato verídico que ouvi de seu neto Waldo.

Permita-me caro leitor, dar uma quinada no assunto relacionado à foto acima, mas não resisto e vou conta-lo aqui…

O fato é que Avelino, gostava muito de “bolinhos de chuva” regados à um bom café, feito na hora, e como ele e a esposa tinham uma amizade muito chegada com o casal Argemiro e esposa, pais de “Zé Preto”, e além de serem muitos hospitaleiros a esposa de Argemiro, segundo dizia o avô de Waldo, fazia bolinhos como ninguém. Era de “dar água na boca”.

Num certo dia, Avelino acordou com as lombrigas mordendo, tanta era a vontade de degustar os tais bolinhos e foi dizendo para a esposa: – Hoje vamos fazer uma visita para Argemiro, que estou com vontade de comer bolinho de chuva que a mulher dele faz. E quando chegar lá no meio da conversa, você fala que eu gosto de bolinho de chuva que ela faz…

Logo à tarde rumaram para a casa de Argemiro, e foram recebidos, como sempre com carinho pelo casal, que ficaram contentes e ficaram por horas, batendo um bom papo, e como o tempo passava e nada de a anfitriã ir para a cozinha, e a esposa dele também nada dizia, até que Avelino não resistiu e deu um cutucão na sua mulher, e disse meio baixo: – Fale prá comadre! Fale prá ela!

E o casal percebeu, ainda que fosse com discrição o ato de Seo Avelino, que era um homem sisudo, e perguntaram curiosos: – O que está acontecendo? Falar o que Avelino?

Mesmo contrariada e sem graça, a sua esposa disse: – É que o Avelino sempre elogia os bolinhos de chuvas que a comadre faz, e diz que ninguém faz igual…

Depois de muitas risadas, a esposa de Argemiro, disse: – Se é assim, então vamos lá na cozinha comadre, fazer os bolinhos e um café novo!

Depois desse dia, cada vez que eram visitados pelo casal, a anfitriã já sabia que tinha que ter bolinhos de chuva no café, e isso só reforçou a amizade dos casais.

COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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