Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Os espíritos têm forma, gastam tempo para percorrer o espaço?

“Tudo tem seu apogeu e seu declínio. É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na infinita bênção do recomeço!” Chico Xavier

Uma leitora nos pergunta se os espíritos têm forma? Deus é um espírito. E Jesus diz que devemos adorá-Lo em espírito e verdade.

Allan Kardec indaga se “os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante”. E tem por resposta: “Aos vossos olhos, não; aos nossos, sim. Eles são, se assim quiserdes, uma chama, um clarão ou uma faísca etérea”. (1)
O professor faz o complemento da pergunta: “Essa chama ou faísca tem uma cor qualquer?”. E o Espírito de Verdade responde: “Para vós, ela varia do escuro ao brilho do rubi, conforme o Espírito seja mais ou menos puro”. (2)

Aqui na Terra usamos o corpo físico, que é uma vestimenta do espírito. Podemos modificá-lo e embelezá-lo com exercícios, medicamentos, cirurgias plásticas e uso dos recursos de salão de beleza. Mas, o modelador do corpo físico é o corpo espiritual, que chamamos de períspirito, que une a matéria a essa essência que chamamos espírito. Quando no corpo físico, chamamos esse conjunto de alma. E, com a morte do corpo físico, de espírito.

Então, podemos dizer que o espírito, revestido do seu corpo espiritual, tem a forma humana. Se você visse um familiar ou amigo que desencarnou, ele se apresentaria com aquela personalidade, aquela forma física pela qual era conhecido na Terra. Quem pode ver os espíritos? Todos nós. Principalmente aqueles que têm mediunidade de vidência, e também os outros, através do sono – quando dormimos, podemos nos encontrar com os que retornaram à vida espiritual, através do sonho, de acordo com os méritos de cada um, e também daqueles que estão no Mundo Espiritual.

Sim. Os espíritos gastam tempo para percorrer o espaço, dependendo de sua elevação. É muito comum ouvir falar que os espíritos caminham, usam de veículos para se transportar, e aqueles que já detenham algum conhecimento usam do recurso da volitação (pelo pensamento, vão de uma região para outra).

A morte é somente a cessação da vida orgânica. É apenas o fim do corpo físico e de mais uma etapa da programação divina para nossa iluminação. As enfermidades, como o câncer e o coronavírus, ou mesmo o envelhecimento, são provas para nossa edificação moral e espiritual. A essência humana sobrevive para além da vida física, pois o espírito, podemos dizer, não tem fim. Somos imortais.

A morte vem apenas nos dizer que chegou o momento de a alma retornar à vida plena e verdadeira, ao encontro de almas queridas. Mostra-nos que o espírito se despediu do corpo que o abrigou durante a jornada terrestre para se elevar a outras dimensões e continuar sua trajetória evolutiva.

Da mesma forma que deixamos de lado uma roupa usada e vestimos uma nova, assim o espírito se desfaz da sua indumentária de carne, grosseira, usada e, às vezes, estragada, e se reveste de uma nova – seu corpo perispiritual, corpo astral ou psicossoma. Como Jesus, que apareceu a Maria Madalena e depois aos discípulos permitindo ser tocado, e com a mesma aparência.

(1) “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade”, Jesus (João 4:24). (2) O Livro dos Espíritos (Allan Kardec), Editora EME, questões 88 e 88-a.

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