Região

Pastoral da Criança completa 35 anos de combate à mortalidade infantil na Diocese de Piracicaba

Organismo da Igreja Católica atende, por ano, média de 4.500 meninos e meninas e ajuda no combate à mortalidade infantil na região desde abril 1987

A Pastoral da Criança da Diocese de Piracicaba completa 35 anos de existência no dia 8 de abril. Para celebrar o trabalho desenvolvido ao longo de três décadas e meia na promoção da saúde e combate à mortalidade infantil, acontece neste domingo (3), às 10h30, na Catedral, a Santa Missa em Ação de Graças pelo aniversário da pastoral.

A celebração será presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo diocesano.

Pastoral Criança

Com uma média de 4.500 crianças atendidas anualmente, a estimativa é que cerca de 160 mil meninos e meninas tenham passado pela Pastoral da Criança, nas 15 cidades da diocese, desde 1987, segundo a coordenadora Marina Rodrigues dos Santos Nascimento de Carvalho.

Contexto histórico

Nos anos 1980, o mundo todo passava por profundas transformações políticas, econômicas, culturais e sociais.

O Brasil também vivia suas metamorfoses, mas na caminhada rumo ao final do século XX, um dos grandes desafios do país ainda era a mortalidade infantil, indicativo de precárias condições de vida e saúde da população, principalmente dos mais pobres.

O Brasil dos anos 80 registrava cerca de 69 óbitos de bebês até um ano para cada grupo de mil nascidos vivos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo no Estado de São Paulo, onde os números caíam desde 1940, segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a mortalidade ainda estava na casa de 50 por mil nascidos vivos no início da década.

É nesse contexto e com participação fundamental da médica sanitarista e pediatra Dra. Zilda Arns Neumann que nasce, no Paraná, e logo se espalha por dioceses e arquidioceses de todo país a Pastoral da Criança, com objetivo de combater a desnutrição e promover melhores condições de vida e saúde à população infantil.

Na Diocese

Em Piracicaba, esse organismo da Igreja Católica foi criado oficialmente em 8 de abril de 1987, por iniciativa do terceiro bispo diocesano, Dom Eduardo Koaik, do casal Antonio Ferraz do Canto e Maria Berchmans Canto (a Dona Bergue) e a assistente social Maria Elizabeth Papini Nardin.

Na época em que a Pastoral da Criança foi fundada na diocese, a mortalidade infantil na cidade era próxima dos 30 óbitos por mil nascidos vivos, de acordo com informações da Fundação

Seade disponibilizadas pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba. Já em 2019, o Departamento Regional de Saúde (DRS 10), que inclui 14 das 15 cidades da Diocese, registrou mortalidade infantil de 9,9 por mil nascidos vivos, um número dentro do que considera “aceitável” a Organização Mundial da Saúde.

“Nosso objetivo sempre foi ajudar a salvar vidas. Sempre digo para as pessoas que são voluntárias na pastoral que cada vida, de cada criança, que ajudam a salvar é um bem enorme que se faz.

O próprio Jesus disse: Vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, recorda dona Bergue.

O trabalho local tornou-se referência e, a convite da Dra. Zilda Arns, dona Bergue e o marido, Antonio Ferraz do Canto, chegaram à coordenação estadual da Pastoral da Criança.

O casal desempenhou a função durante cinco anos, período em que deram suporte às pastorais de todo território paulista.

“Aprendemos e ensinamos às famílias que uma criança precisa de três ‘As’ para se desenvolver bem: alimento, amor e atenção.

O trabalho é mostrar o valor inestimável que esses três ‘As’ têm e a diferença que isso faz na vida de cada pessoa”, destacou dona Bergue.

Pastoral hoje

Atualmente, todo trabalho da pastoral é desenvolvido por 420 lideranças distribuídas em paróquias das cidades da Diocese.

De acordo com a coordenadora Marina, são acompanhadas neste ano 3.651 crianças, além de 151 gestantes.

“A média anual é de 4.500 crianças, mas infelizmente tivemos uma redução no período da pandemia”, informou.

Os principais trabalhos são os acompanhamentos de gestantes e crianças até 6 anos, com orientações nutricionais, visitas domiciliares mensais, pesagem dos bebês.

Mensalmente, ocorre também a “celebração da vida”, que é um encontro com as famílias de cada localidade.

O evento conta com a participação de um articulador de saúde e também de equipe de recreação (os brinquedistas), além de distribuição de lanches.

“O atendimento prioritário é às famílias carentes, mas a função não é distribuir alimentos. Nosso papel fundamental é fazer a orientação sobre nutrição e alimentação saudável.

Porém, quando nos deparamos com famílias muito carentes, encaminhamos para os Vicentinos ou para a Pastoral Social.

Então é feito um trabalho assistencial em conjunto com a Pastoral da Criança”, explicou Marina.

“Embora também exista uma ideia de que a Pastoral da Criança é só para famílias carentes, na verdade, ela é uma pastoral para todos.

Qualquer família que quiser, pode ter o acompanhamento. Nós trabalhamos principalmente com a informação para promover o bom desenvolvimento das crianças”, completou.

Há 22 anos na pastoral, Marina entrou como líder voluntária e assumiu a coordenação em abril de 2021, nomeada por Dom Devair.

“Sinto-me honrada por ter recebido o chamado de Deus para essa missão e estar há 22 anos neste lindo trabalho voluntário.

Após todo esse tempo, hoje estou à frente como coordenadora diocesana auxiliando 46 paróquias da nossa Diocese”, comentou.

Serviço

Para as pessoas que tiverem interesse em receber o acompanhamento da Pastoral da Crianças, basta procurar uma representante da equipe na paróquia mais próxima de seu bairro ou falar com um padre da comunidade.

O mesmo vale para quem quiser fazer o trabalho voluntário. Para ser um agente da Pastoral da Criança, porém, é necessário realizar uma capacitação que irá preparar o candidato para o serviço à população atendida.

O padre Cláudio César de Carvalho, pároco da Paróquia São Pedro, em São Pedro, é o animador diocesano da pastoral para o período 2022-2023.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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