Leondenis Vendramim

Perdoar é o início da felicidade

Pode parecer estranho, mas perdoar faz bem para a saúde de ambos, perdoador e perdoado. Do primeiro por se sentir feliz e lhe produz hormônios do bom humor e do segundo por obter o alívio do fardo da dívida e ou ofensas, O ensino de Jesus é também estranho, até paradoxal à nossa natureza, mas Ele é sábio.

Veja se você concorda com Ele: “Se alguém pecar contra ti, perdoa. Se ele pecar sete vezes no dia e sete vezes pedir perdão, perdoa-o sete vezes (Marc. 17:3-4)”. Igualmente parece absurda a Sua orientação: “Se teu irmão pecar contra ti, vai tu e fala com ele”.

O escritor Chuck Colson descreveu o caso de um homem que teve um grave problema de consciência. Ele não se perdoava pelo que tinha feito durante a Segunda Guerra Mundial.

Ele foi um dos 24 criminosos de guerra julgados em Nuremberg. Albert Speer foi o único a admitir sua culpa por ter colaborado com Hitler. Motivo pelo qual passou vinte anos na prisão de Spandau.

Ao ser libertado, foi entrevistado pelo jornalista David Hartman, que lhe fez a pergunta: ‘O senhor disse que a culpa jamais pode ser perdoada, ou pelo menos não deveria. O senhor ainda pensa assim?

Speer respondeu: cumpri uma sentença de 20 anos, e agora deveria dizer que sou um homem livre, que minha consciência está limpa por eu ter passado todo esse tempo na prisão, como castigo.

Mas não posso fazer isso. Eu ainda carrego o peso do que aconteceu com milhões de pessoas durante a época de Hitler, e não consigo me livrar dessa culpa. Não creio que seja possível.

Colson disse que desejou escrever a Speer e falar-lhe a respeito de Jesus e de Sua morte na cruz. Quis lhe falar a respeito do perdão de Deus. Mas não houve tempo, pois Speer faleceu logo após essa entrevista.

Colson lamentou dizendo que ele morreu sem saber que Deus ‘é quem perdoa todas as iniquidades e sara todas as enfermidades’ (Sl 103:3). (Rubem Scheffel. Meditação Matinal, CPB., 22/7/21).

Há um fato bíblico interessante. Certo dia, na casa de Pedro, em Cafarnaum, um paralítico, foi trazido por quatro amigos para que Jesus o curasse. Mas a casa estava tão cheia de pessoas para serem curadas e para ouvi-lo que eles subiram ao telhado, abriram um buraco e o introduziram até os pés de Cristo.

Jesus vendo a fé deles disse: “filho os teus pecados estão perdoados” (Mc 2:5). Após isto Ele voltou a dizer-lhe: “A ti te digo: Levanta, toma teu leito, e vai para tua casa”. (Mc. 2:11).
Segundo comentário bíblico, o Mestre removeu primeiro a causa da enfermidade, e então a cura do físico.

Se o curasse sem libertar sua consciência da culpa, ele se sentiria como Speer, e voltaria à sua paralisia. O remorso leva à depressão, à paralisia e até à morte como talvez, no caso de Albert Speer.

Certa ocasião, Jesus, ensinou a oração do Pai Nosso. Muitos a tem decorada: e a tem orado impensadamente. Não há necessidade de a escrevermos, ressalto apenas o trecho: “Perdoa nossas dívidas assim como temos perdoado aos nossos devedores” (Mat. 6:12).

É isso mesmo que desejamos? Que Deus nos perdoe do mesmo modo que perdoamos aos nossos ofensores? Quantas vezes conseguimos perdoar alguém, e esquecermos suas faltas? Muitos confessam: “eu perdoo, mas não esqueço, ele lá e eu aqui, quero distância dele.” A natureza humana é má. É assim que queremos que Deus aja conosco? Ou devemos perdoar como Ele nos perdoa.

Há muitos casais cujos cônjuges vão dormir por noites sem conversarem, sem se perdoar. Irmãos, que por décadas se odeiam e não se perdoam. Certa vez, em Pirassununga, um bom homem não perdoava a filha que havia errado. Levei-a, depois de anos de inimizade até ele. Chorando se abraçaram.

Felizmente, Deus é um Pai compassivo e misericordioso, como diz o Salmista: Não repreende para sempre, não nos trata segundo os nossos pecados, nem retribui segundo as nossas iniquidades. (Sl 103:8-10). Deus prova o Seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós estando nós ainda em pecado (Ro 5:6-8).

Contrário ao nosso pensamento, Jesus nos ordena a ir e falar com aqueles que nos prejudicam. Aquele que é ofendido está em melhor condição espiritual do que seu ofensor, logo é melhor que ele o procure. O perdão faz bem para a saúde física, mental e espiritual dele próprio e também do ofensor e também do malfeitor.

“Pois se não perdoardes, diz Jesus, não sereis perdoados” (Mat. 6:’14)..

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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