ColunistasMarcel Capretz

Política e incoerência de ideias trazem Felipão de volta ao Palmeiras

Marcel Capretz, colunista esportivo

Quem imaginaria que depois da Copa do Mundo Luis Felipe Scolari seria o técnico do Palmeiras?! Mesmo entendendo todo o dinamismo do futebol por essa ninguém esperava. Faltava consistência no trabalho de Róger Machado. Isso é inegável. Aliás que fique a reflexão para ele. É o terceiro clube em que ele sai sem ter concluído o trabalho. Algo precisa ser revisto no trabalho de Róger. Mas a decisão do Palmeiras em troca-lo por Scolari tem um viés muito mais político do que técnico.

O Palmeiras está diferente desde que Paulo Nobre assumiu como presidente em 2013. Muita coisa mudou para melhor no clube. Gestão, arrecadação, imagem positiva e séria no mercado, dentre outras coisas. Porém a inconstância no comando do futebol é uma das marcas negativas que se arrasta até hoje. Apenas Gilson Kleina – que na maior parte do tempo teve uma Serie B pela frente – ficou mais do que um ano. Kleina permaneceu de 19 de setembro de 2012 a 8 de maio de 2014. De lá para cá, passaram Ricardo Gareca, Dorival Júnior, Osvaldo Oliveira, Marcelo Oliveira, Cuca, Eduardo Baptista, Cuca novamente, Alberto Valentim, Róger Machado e agora Felipão.

Mesmo com essas trocas constantes veio a conquista da Copa do Brasil de 2015 e o Brasileirão de 2016. Mas o Palmeiras, apesar de todos os recursos que dispõe agora, não conseguiu marcar uma era vencedora no futebol brasileiro. Muito por conta dessa indefinição de comandante e de identidade. Os maiores rivais do Verdão, por exemplo, tiveram sequências bem sucedidas mantendo o mesmo profissional – Tite ganhou tudo com o Corinhians e Muricy Ramalho levou três Brasileiros com o São Paulo.

Qual futebol o Palmeiras quer apresentar? Com quais ideias? Qual o modelo de jogo a ser colocado em prática de acordo com a história e tradição do clube? É fácil para qualquer pessoa que acompanha futebol entender que mudar de Róger para Felipão é como mudar da água para o vinho.

Scolari tem uma maneira peculiar de lidar com o ambiente que o cerca que funciona muito bem já imediatamente a sua chegada. Seu relacionamento com os atletas costuma potencializar talentos. Porém tenho muito claro que seu nome veio a tona muito por conta das eleições que o clube terá em dezembro. Seu nome causa impacto em todo palmeirense por conta das conquistas do passado. Entretanto não há indicativos técnicos e táticos recentes que coloquem Felipão como o melhor nome para assumir o Palmeiras agora.

Mas nossos dirigentes se vêem muitas vezes obrigado a ‘dar uma resposta para a torcida’. Sem pensar muito no médio prazo. Apenas nos próximos jogos. Sem muito projeto, planejamento. Talvez por isso troquem tanto de técnico.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?