J.R. Guedes de Oliveira

Primórdios da igreja de Santa Cruz

Escritor J.R. Guedes de Oliveira (Foto: Divulgação)

O ilustre historiador Prof. Vinício Stein Campos, em sua monumental obra O Menino de Capivari, traz, no seu volume II, algumas referências iniciais sobre a edificação dessa igreja, bem como dados importantes sobre o surgimento do nome Santa Cruz.

Nos autos de assentamento da pedra fundamental de edificação da Capela de Santa Cruz, registra que isto se deu no dia 15 de julho de 1886, sendo que esta capela se situava no Largo de Santa Cruz.

As iniciativas de limpeza do terreno e as medidas necessárias para esta edificação, se deram alguns dias antes do evento significativo que perpassa já 134 anos. Isto graças a interveniência de Francisco Leite de Almeida Barros, conhecido na cidade como Chiquinho Leite, contando, ainda, com os bons préstimos de Antônio Marques de Oliveira, então Presidente da Câmara Municipal e do arruador José Inácio Rodrigues Prata.

Na iniciativa da edificação da Capela de Santa Cruz, contou-se com a cooperação também de figuras como Padre Haroldo de Tracy de Camargo, Francisco de Almeida Barros, José Aranha, Luiz Gonzaga de Campos e outros tantos que, evidentemente, estão na lista dos Autos de Assentamento de 1886.

Segundo os registros históricos, a celebração se dá sempre no dia 3 de maio, que é o Dia da Invenção da Cruz, que significa “achamento” da Vera Cruz, ou seja, o descobrimento da verdadeira Cruz de Cristo, segundo o Prof. Vinício Stein Campos.

Contudo, examinando detalhadamente toda a iniciativa de “Chiquinho Leite” em prol da Igreja de Santa Cruz, construída no Largo de Santa Cruz, há de se fazer referências a uma pessoa importante nesta obra: trata-se de Maria Joaquina Villares, mais conhecida como Maria Boava, de origem portuguesa, mulher notável pela sua fé na Santa Cruz, e a quem se deve, realmente, a iniciativas da construção dessa igreja desse nome. Maria Boava faleceu em 21 de julho de 1895, contando a referida Igreja de Santa Cruz, com os seus 10 anos de existência.

Deixou inúmeros descendentes da família “Villares” que contribuíram enormemente para com Capivari.

Quanto ao surgimento da Capela de Santa Cruz, como fato de merecida construção do templo, há algumas lendas de milagres ocorridos com escravos libertos de correntes no referido local. Mas isto é registro para solidificar a grande vontade popular de homenagear um símbolo que muito representa também para os brasileiros: a Santa Cruz.

ARTIGO escrito por J. R. Guedes de Oliveira, ensaísta, biógrafo e historiador.
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Jornal O Semanário

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