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Recordar é viver II

Denizart Fonseca, Cidadão Rafardense, oficial da FAB e professor de Educação Física e Desportos, colaborador desde a fundação do jornal O Semanário

O tema que estamos desenvolvendo, é como um lenitivo para a saudade que sentimos dos “velhos e bons tempos” de criança, cercados pelo carinho dos nossos pais, irmãos e amigos, tempos em que as pessoas eram sinceras, de bom caráter, dignas de respeito e crédito, pois cumpriam fielmente a palavra empenhada em um simples aperto de mão.

Costumava-se dizer que “um fio de bigode fechava um grande negócio”, não sendo necessário documento (talvez nem houvesse cartório por aqui…), com assinatura e “firma reconhecida”. A boa educação era notada em toda parte. As pessoas, independente de raça, cor, ou credo religioso, se respeitando e trocando cumprimentos mesmo que não houvessem sido apresentadas.

Era uma educação “vinda do berço”, baseada nos ensinamentos cristãos a começar do “amai á Deus sobre todas as coisas e aos vossos semelhantes como a vós mesmos”. Naquele tempo, Villa Raffard era uma grande família, onde todos se conheciam e se ajudavam solidárias. Quantas vezes assistimos uma “dona de casa”, chamar a vizinha do lado para “pedir emprestadas duas colheres de pó” para “uma coada” de café, ou sal ou um tempero qualquer, que havia se esquecido de comprar na “venda”, mandando marcar na “caderneta”, e esta seria acertada no fim do mês, na saída do “pagamento”, em sua maioria para operários do Engenho. As mulheres cantavam alto, enquanto no tanque, lavam as roupas que eram “batidas e ensaboadas”, ficando na grama, ao sol para “coarar” para depois de secas, postas de molho com “anil” para clarear. Torcidas, eram dependuradas nos varais para depois, em “ferro de carvão” aquecido com as brasas produzidas no fogão de lenha (o fogão usado para fazer a comida, chá, café e ferver o leite), permanecia aceso o dia inteiro, mantendo sobre a “chapa” sempre quente, um bule de café, “passado” em coador de pano, com água fervida na “chaleira” de alumínio.

No quintal, muitas vezes cercado por cerca de bambu, obrigatoriamente tinha nos fundos a “casinha” (feita de tijolos, coberta com telhas “paulistinha” e porta de tábuas), era destinada às necessidades fisiológicas dos moradores.

Da escavação (poço), feita em local previamente localizado o lençol, a água era colhida por balde que; preso á extremidade de corda grossa e passada por carretilha, podia ser tomada, límpida, fresca, pura e cristalina.

A vida corria sossegada e calma, com os problemas de saúde característicos de então: resfriado, caxumba, brotoejas, sarampo, catapora, bichos de pé, frieira, etc., etc., havendo duas “pharmácias” para “aviar as receitas” que os médicos mandavam. A palavra aviar corresponde a “manipular”, misturar os componentes do medicamento. Naquele tempo pouquíssimos remédios vinham prontos e os “pharmaceuticos” tinham que produzi-los nos laboratórios, não apenas os líquidos, como cápsulas e comprimidos para serem ministrados via oral, assim como, pomadas, compressas e os destinados aos tratamentos e curas de ferimentos externos. As injeções, intramusculares, endovenosas, subcutâneas e intradérmicas eram aplicadas com seringas de vidro e de vários calibres, assim como as agulhas, após devidamente desinfetados e fervidos (autoclave). (Segue)

Cidadania

Pelo comentário acima dá para se aquilatar a terrível inversão de valores, o que era certo antes, hoje é errado e vice-versa sobre o que falaremos com detalhes oportunamente. Por ora, a “casa continua suja e desarrumada”, com capim e entulhos sobre as calçadas, a polícia impedida de multar os infratores do trânsito, bem como os mau caráter, safados e sem vergonha continuam desperdiçando água e estacionando em lugares reservados para idosos e cadeirantes. Até quando “dignas autoridades”? É isso.

ARTIGO escrito por Denizart Fonseca, Cidadão Rafardense, oficial da FAB e professor de Educação Física e Desportos, colaborador desde a fundação do jornal O Semanário
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