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Religião – Constituição dogmática sobre a Igreja – 2

Pe. Antônio Carlos D’Elboux - Pároco de Rafard

A Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Igreja diz que a Igreja é formada pelos Bispos, Padres e Diáconos. Foi Jesus Cristo quem instituiu vários ministérios para o bem de toda Igreja. Os ministérios estão a serviço de todo o povo de Deus.
Sobre os Bispos, Jesus estabeleceu na chefia dos Apóstolos Pedro e para que a mensagem de Jesus fosse transmitida até os fins dos séculos os Apóstolos cuidaram de constituir seus sucessores: os Bispos. O Bispo tem a missão de: 1) ensinar ao povo o evangelho; 2) santificar o povo através da Palavra de Deus e dos sacramentos; 3) governar o povo para que cresça na santidade e na verdade. O Papa e os Bispos formam o colégio episcopal. O Papa é o princípio e o fundamento da unidade entre o povo de Deus. Os Bispos, mesmo sendo responsáveis por uma Igreja particular (diocese), devem se interessar por toda a Igreja.
O Presbítero (Padre) é consagrado para pregar o evangelho; apascentar os fiéis e celebrar o culto divino. É o auxiliar do Bispo. Os Presbíteros juntamente com o bispo formam o presbitério. O Concílio Vaticano II recomenda que os padres deem testemunho de vida e procurem as pessoas desgarradas da Igreja a fim de atraí-las para Cristo.
O Diácono é ordenado para o ministério e não para o sacerdócio. Pertence a ele administrar o batismo solene, distribuir a Eucaristia, abençoar os casamentos, levar o Viático aos doentes, ler a Bíblia aos fiéis, instruir e exortar o povo, presidir o culto e a oração dos fiéis, administrar os sacramentos e presidir os ritos fúnebres. O Concílio reestabelece na hierarquia o diaconato permanente, mesmo para homens casados.
O quarto capítulo da Constituição Dogmática sobre a Igreja mostra que os Bispos reconhecem a ajuda dos leigos no bem de toda Igreja. Leigo é todo aquele que foi batizado e não recebeu ordenação ou abraçou a vida religiosa. A vocação própria do leigo é buscar o Reino de Deu s ocupando-se das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus. No lugar onde vivem é que Deus os chama para santificar o mundo. Apesar de terem missões diferentes, os leigos são iguais na dignidade e no trabalho em favor do povo de Deus.
Recomenda o Concílio que os leigos se esforcem cada vez mais em conhecer a verdade revelada. Os leigos têm o direito de receberem assistência religiosa de seus pastores e, de acordo com as próprias capacidades, têm o dever de manifestarem os seus pareceres no que se refere ao bem da Igreja.
Cristo amou a Igreja a fim de santificá-la. O Mestre de santidade é Jesus Cristo. Em qualquer estado de vida o cristão é chamado a cultivar a santidade. A santidade não é privilégio de alguns. A Igreja é santa, porque Deus é santo; mas a santidade da Igreja está em construção. A santidade é um dom recebido no batismo, que deve ser aperfeiçoado. A única santidade verdadeira é a de Deus. Todos somos chamados a fazer parte dessa santidade. Deus não fabrica santos em série. É pessoal o seu apelo. Deve ser pessoal a resposta. O cristão não se santifica apesar dos deveres de sua posição; mas em e por estes deveres.
O sexto capítulo fala sobre os religiosos e as religiosas. Os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e desobediência, baseados nas palavras e exemplos de Jesus, foram recomendados pelos Apóstolos, pelos santos Padres e pelos doutores e pastores da Igreja. Com o decorrer do tempo foram determinados os modos de os viver, com as famílias religiosas.
A profissão dos conselhos evangélicos é um sinal especial na implantação do Reino de Deus. Os religiosos não fazem parte da hierarquia, mas pertencem à vida e à santidade da Igreja. É a hierarquia quem regulamenta a prática dos conselhos evangélicos. Os religiosos devem esforçar-se para apresentar Cristo ao mundo, rezando, evangelizando, convertendo os pecadores, curando os doentes, abençoando as crianças e fazendo o bem a todos. Recomenda o Concílio que os religiosos se esforcem na perseverança para maior santidade da Igreja e glória da Santíssima Trindade.
O sétimo capítulo mostra que a Igreja, como a temos, só será acabada na glória celeste. Cristo atua no mundo conduzindo as pessoas à Igreja para que se tornem participantes de sua vida gloriosa. A medida que vamos realizando a obra que Deus nos confiou, vamos realizando a nossa salvação. A nossa preocupação deve ser agradar ao Senhor em tudo. Todos os que são de Cristo formam uma única Igreja e nele estão unidos entre si. Na vida de cada santo percebemos o caminho mais seguro de chegarmos até Deus. Os Santos intercedem a Deus por nós. É na celebração da Eucaristia que mais unidos estamos ao culto da Igreja Celeste.
Na Igreja, Maria é reconhecida como mãe de Deus e do Redentor, sendo saudada como membro importantíssimo e recebendo afeto filial. A vida de Maria esta intimamente ligada à vida de Jesus. Maria é a figura da Igreja, que imita as suas virtudes. O culto à Maria deve levar a tornar conhecido e amado Jesus. Ensina o Concílio que todos tenham em estima as práticas e os exercícios da piedade mariana; porém lembra que a devoção autêntica não está no sentimentalismo estéril e passageiro.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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