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Religião – Dom Eduardo Koaik

Dom Eduardo nasceu no dia 21 de agosto de 1926, em Manaus, mas, ainda bem pequeno, depois de passar um tempo em Porto Velho, e ser aí batizado, veio para o Rio de Janeiro, onde cresceu e tomou a decisão de ser padre, entrando no Seminário São José, de onde foi enviado para fazer teologia em Roma, sendo lá ordenado padre por Dom Pedro Aguilera Narbona, bispo chileno que estava de passagem pela Cidade Eterna, aos 8 de abril de 1950. No Rio, foi professor e diretor espiritual no seminário e pároco de diversas paróquias, quando foi nomeado bispo-auxiliar, sendo ordenado bispo, em 06 de janeiro de 1973, pelo Cardeal Dom Eugênio Sales, tendo como consagrantes Dom José Alberto de Castro Pinto e Dom Waldyr Calheiros.
Com o estado de saúde precário de Dom Aníger Francisco de Maria Melillo, o segundo bispo de Piracicaba, Dom Eduardo vem para a nossa Diocese como Administrador Apostólico com direito de sucessão, aqui chegando em 28 de fevereiro de 1980 e tornando-se bispo diocesano aos 11 de janeiro de 1984. Nos 22 anos de pastoreio da Diocese de Piracicaba ele visitou várias vezes os 15 municípios que compõem a Diocese, conhecendo suas lideranças e atividades. Ordenou 34 padres diocesanos, criou 17 paróquias e 2 santuários. Fundou vários organismos em favor dos pequenos e pobres. Construiu os seminários de teologia e de filosofia. Fundou o Curso de Teologia para os Leigos e a Escola de Formação.
Além dos serviços diocesanos, foi membro do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB-Conferência Nacional dos Bispos do Brasil por dois mandatos, um como responsável das Comunicações e outro como referencial dos leigos. Foi o presidente da Cáritas Brasileira, cuja missão é ajudar as pessoas necessitadas em situações de emergência. Foi também o presidente do Regional Sul-1 da CNBB, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo. É iniciativa dele o Projeto de ajuda para a Igreja dos Estados do Amazonas e de Rondônia com o envio de missionários para aquela região. Sempre teve participação destacada nas assembleias da CNBB e na imprensa local e mesmo nacional, como artigos na “Folha de São Paulo”.
Depois dos 75 anos renunciou o governo da Diocese, em 15 de maio de 2002, mas escolheu continuar morando em Piracicaba, colaborando na Paróquia Santa Cruz e São Dimas, quando também ordenou mais três padres diocesanos. Nos últimos cinco anos foi acometido de câncer e submeteu-se a quatro cirurgias e a mais de uma centena de quimioterapia ou radioterapia. Deu a todos exemplo de coragem e de esperança no período da doença. Ultimamente falava abertamente que estava aproximando do momento da morte e sempre nos recebia com alegria quando íamos visitá-lo, dando-nos sempre palavras de incentivo e de carinho e conversando sobre a realidade de nossa Igreja e de nosso país.
Dom Eduardo esteve muitas vezes em Rafard, duas delas neste ano. Em 05 de abril, veio participar, juntamente com uns 20 padres, do almoço comemorativo dos 65 anos de ordenação presbiteral do Cônego Luiz Talassi, em nosso Salão Paroquial; e em 13 de junho, apesar do avanço da doença, fez questão de vir almoçar comigo na data de meu aniversário natalício, quando convidei a Valdirene e os casais Águeda e Ademir e Tânia e Rogério, membros ativos da paróquia, para, na nossa Casa Paroquial, almoçarmos juntos com ele e o Pe. Kleber, o anjo da guarda de Dom Eduardo nos últimos anos. A Toninha, por muitos anos coordenadora da Pastoral da Criança em Rafard, preparou uma sopa que ele gostava muito.
Dom Eduardo faleceu em 25 de agosto, no Hospital da Unimed, em Piracicaba, onde se encontrava internado. Foi velado e sepultado, em 27 de agosto, na Catedral Santo Antônio, em Piracicaba, ao lado de Dom Aníger e do Monsenhor Francisco Rosa, o grande colaborador de Dom Ernesto de Paula, o primeiro bispo de Piracicaba, na construção da Catedral e da qual foi pároco por mais de 30 anos. O carinho de Dom Eduardo para com os padres e a sua sensibilidade em ajudar os pequenos e pobres farão muita falta. Nesta sexta-feira, 31 de março, na Capela Santo Antônio, às 19h30, estaremos rezando por ele a missa de sétimo dia. Todos estão convidados. A gratidão dignifica o ser humano.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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