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Rio chega a 3,74 metros e mais de 400 famílias ficam desabrigadas em Capivari e Rafard

10/06/2016

Rio chega a 3,74 metros e mais de 400 famílias ficam desabrigadas em Capivari e Rafard

Muitas famílias perderam tudo e agora esperam as águas baixarem para retomar a rotina e avaliar os estragos
Enchente que atingiu Capivari foi a pior dos últimos 6 anos (Imagem: Reprodução/EPTV)
Enchente que atingiu Capivari foi a pior dos últimos 6 anos (Imagem: Reprodução/EPTV)

As fortes chuvas da última semana deixaram dezenas de desabrigados nas cidades de Capivari e Rafard. Vários pontos ficaram alagados causando caos no trânsito. Muitos bairros tiveram o serviço de energia elétrica interrompido para garantir a segurança dos moradores e algumas escolas tiveram as aulas suspensas para servir de abrigo para as famílias.
No domingo, 5, o nível do Rio Capivari era de 2,30 metros. Na segunda-feira, 6, as chuvas continuaram e a medição saltou para 2,88 metros e não parava de subir. Na manhã de terça-feira, 7, quando o rio atingiu a marca de 3,56 metros, a cidade declarou Estado de Alerta Máximo. O número de desabrigados que tiveram suas casas invadidas pela água chegou a 290.
De acordo com a Defesa Civil, o Rio Capivari atingiu a sua maior marca na madrugada de quarta-feira, 8, quando chegou a 3,74 metros. O nível normal do Rio Capivari para esta época do ano é de 80 centímetros. “A retirada das famílias começou na noite de sábado, 4, por volta das 23h, quando o nível do rio começou a subir e invadir as casas em vários pontos da cidade”, informou Júlio Capóssoli Neto, diretor da Defesa Civil de Capivari.
“Nós já tínhamos o alerta do agravante da situação com a previsão de mais chuva e a chegada das águas das cidades vizinhas de Monte Mor e Campinas. Ficamos com uma equipe 24 horas para socorrer as vítimas e orientar os moradores que ainda insistiam em permanecer nas casas”, explicou Capóssoli.

Em Rafard, mais de 100 famílias foram atingidas e tiveram que deixar suas casas (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rafard)
Em Rafard, mais de 100 famílias foram atingidas e tiveram que deixar suas casas (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rafard)

Em Rafard, o cenário também foi de estragos no bairro da Bomba, parte baixa da cidade. Segundo a Defesa Civil do município, a subida do rio deixou 118 famílias desabrigadas. Muitas delas tiveram que sair às pressas com a ajuda de caminhões da Prefeitura e veículos particulares que auxiliaram na retirada dos móveis e pertences dos moradores.
Para alojar as famílias, a Prefeitura de Rafard disponibilizou as escolas Luís Grellet e Josefina Chiarini Borghesi. Uma equipe de funcionários foi montada para fornecer amparo, acomodações nas salas de aula e refeição para as famílias desabrigadas. Outra parte das famílias atingidas ficou em casa de parentes ou amigos. Em Capivari, as escolas municipais Aldo Silveira, no bairro Moreto e Dirceu Ortolani, no Castelani, além do Ginásio de Esportes Ronaldo Zaidan Pellegrini também foram utilizados como abrigo para as vítimas da enchente.
Os locais mais atingidos foram: Av. Franklina de Almeida Barros, Rua Padre Haroldo, Alameda Faustina Franchi Anicchinno, Rua Profº Bernardino de Campos, Av. José Anicchinno, Rua XV de Novembro, Av. Brigadeiro Faria Lima, Rua 7 de Setembro, Ponte Santoro, bairro Moreto, Cancian, Jardim Elisa, Santa Rita de Cássia. Nem todos os pontos tiveram casas atingidas, alguns são apenas alagamento e interdição de ruas.
Para piorar a situação, em Capivari, as principais vias de acesso para a entrada e saída da cidade tiveram que ser interditadas. De acordo com a Prefeitura, foram registrados 12 pontos de alagamento entre os bairros e ruas do Centro da cidade. Os motoristas tiveram que usar rotas alternativas indicadas pelo serviço de Trânsito. Para entrar e sair da cidade só era possível passar por Rafard, pela Avenida Pio XII, pela Rodovia SP-306 (Kanela Forti) e pela ponte do Castelani, que nos horários de pico, chegou a ficar congestionada pela enorme quantidade de veículos.
As chuvas cessaram na quarta-feira, 8, e no fim da tarde, algumas famílias começaram a voltar para suas casas. Muitas ainda permanecem nas casas de parentes ou abrigos das Prefeituras. De acordo com a Defesa Civil, mesmo com a parada das chuvas, os pontos alagados ainda levam de dois a três dias para que toda a água possa baixar. A orientação é de que as famílias aguardem e que façam a limpeza das casas para evitar a transmissão de doenças. A expectativa é que tudo se normalize até o fim de semana. Na manhã de quinta-feira, 9, funcionários da Prefeitura e do Saae trabalharam na limpeza das ruas.
Em caso de urgência ou auxílio para mudanças, as famílias podem ligar nos serviços de apoio de Capivari através dos telefones 3492-3186, 199 da Defesa Civil e 153 da Guarda Civil. Já em Rafard os números disponíveis são: Guarda Civil Municipal: 3496-2027, Polícia Militar 190 e Assistência Social: 3496-1317.
Os interessados em fazer doações como alimentos, roupas, móveis ou fraldas devem entrar em contato com o Serviço Social das duas cidades.

Ponte do Posto Shell ficou totalmente alagada (Imagem: Reprodução/EPTV)
Ponte do Posto Shell ficou totalmente alagada (Imagem: Reprodução/EPTV)

Assistência
A Prefeitura de Capivari forneceu toda a assistência necessária às famílias ribeirinhas, vítimas das enchentes. Refeições, cobertas, colchões, assistência médica, psicológica e remédio foram oferecidos às pessoas que deixaram suas casas. Diversos setores da administração pública estão envolvidos no atendimento às pessoas, entre eles, a Defesa Civil, Guarda Civil, Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria da Juventude, Esportes e Lazer, Secretaria de Educação, Secretaria de Mobilidade Urbana, Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Secretaria da Saúde.

Interrupção
A Estação Elevatória de Água do Caraça inundou na madrugada de terça-feira, 7, por isso, o abastecimento nos bairros, Rossi, Ribeirão, Caraça, Pipeiro e parte da Josefina Giovana Rossi e Ênio Pires de Camargo ficaram com o abastecimento comprometido.

Atualização
O nível do Rio Capivari baixou para 3,14 metros na manhã de quinta-feira, 9. As duas pontes do bairro Rossi, da Rua XV de Novembro e do Santoro foram liberadas, assim como Av. Franklina de Almeida Barros (sentido Bosque dos Pinheiros/Centro), José Anicchinno (sentido Centro/bairro), Ponte Santoro e Av. Brigadeiro Faria Lima. A ponte do posto de gasolina Shell e do Juventus, além da Avenida José Annicchino (próximo ao Ronaldão) continuaram interditadas até o fechamento da edição.
Segundo a Divisão Operacional do Saae, todos os bairros da cidade estão com o abastecimento normal. A Secretaria de Desenvolvimento Social divulgou um balanço atualizado sobre as famílias. São 57 famílias desabrigadas (em abrigos da Prefeitura), totalizando 218 pessoas. Já as famílias desalojadas (em casa de parentes e amigos) somam 65, um total de 343 pessoas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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