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Sem crise hídrica, reservatórios apresentam níveis normais

13/02/2015

Sem crise hídrica, reservatórios apresentam níveis normais

Apesar disso, Saae está investindo na troca de mais de 30 quilômetros de rede de água para diminuir o desperdício; hoje, 45% da água tratada fica embaixo da terra, segundo o prefeito Rodrigo Proença
Prefeito Rodrigo Proença, vice Vitor Riccomini e secretário de Projetos, Convênios e Captação de Recursos, Ivan Rosatto, durante coletiva sobre os investimentos programados para 2015 (Foto: Divulgação/Prefeitura de Capivari)
Prefeito Rodrigo Proença, vice Vitor Riccomini e secretário de Projetos, Convênios e Captação de Recursos, Ivan Rosatto, durante coletiva sobre os investimentos programados para 2015 (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

CAPIVARI – A crise hídrica que atinge vários municípios do estado de São Paulo, incluindo a capital, parece que não vai mesmo alcançar Capivari. Em coletiva realizada na última quarta-feira, 11, o prefeito Rodrigo Proença (PPS) reafirmou que os três mananciais (Milhã, João Lau e Água Choca) e 37 poços artesianos que abastecem a cidade apresentam níveis normais.

“E nós aumentamos a capacidade da ETA II [Estação de Tratamento de Água, no bairro Ribeirão]. Aproveitamos aquele momento que deu uma abaixada e aumentamos a capacidade do reservatório para 40%. Então, hoje, não temos preocupações”, assegura. “A preocupação sempre é a vazão e a chuva. Entra pouco e sai muito. Hoje, Capivari está normal e nós ainda estamos diminuindo a vazão.”

O superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), José Luiz Cabral, explicou que a outorga (direito de uso de recurso hídrico) da ETA II, por exemplo, é de 44 litros por segundo. Porém, a autarquia retira apenas 28 litros por segundo. “Na época que tivemos estiagem maior, fizemos alguns remanejamentos e passamos a tirar apenas dez litros por segundo”, conta.

Ainda segundo Cabral, do manancial da Fazenda Milhã podem ser retirados 43 litros de água por segundo, mas o Saae utiliza apenas 38. “Nós não precisamos tirar mais.” Além disso, o prefeito adiantou que, em breve, a Prefeitura vai anunciar os investimentos que o Saae tem feito para garantir o abastecimento de água no município. Um deles se refere à troca de mais de 30 quilômetros de rede de água, cujo método atual utiliza ferro fundido de mais de 50 anos.

“Na primeira etapa já foram trocados 17 quilômetros, agora nós vamos trocar mais 30 quilômetros de rede de água, que é aquele método não destrutivo, de PEAD [polietileno de alta densidade], que passa pela calçada”, explica. De acordo com Proença, atualmente 45% da água tratada em Capivari é desperdiçada, porque fica embaixo da terra. “Com essa troca, vai cair em torno de 15 a 20%. É um número ainda alto, mas é dentro dos padrões de primeiro mundo”, garante.

1Entre os dias 3 de novembro e 22 de dezembro, vigorou um decreto na cidade que proibia a utilização de água da rede pública para lavagem de calçadas, quintais e veículos, enchimento de piscinas e despejo de água tratada na rede pluvial ou de esgoto. Postos de combustíveis também não puderam lavar carros nesse período. Entretanto, segundo Cabral, a medida visou apenas conscientizar a população sobre o uso racional da água, sobretudo em épocas de estiagem.

Isso porque, no início da semana Capivari registrou chuva moderada de dez milímetros, segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Franco Villela. Nos últimos três dias, porém, choveu um acumulado de 26 milímetros no município. De acordo com ele, uma frente fria vai atingir a região nesta sexta-feira, 13, o que pode trazer ainda mais chuvas no fim da tarde e ao longo do sábado.

Vereador Rodolfo Minçon pediu informações sobre o abastecimento de água de Rafard durante a sessão de terça-feira, 3, na Câmara (Foto: Laila Braghero/O Semanário)
Vereador Rodolfo Minçon pediu informações sobre o abastecimento de água de Rafard durante a sessão de terça-feira, 3, na Câmara (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

Rafard

O vereador Rodolfo Minçon (PROS) fez um requerimento na noite de terça-feira, 3, durante a primeira sessão de 2015 da Câmara de Rafard, solicitando informações sobre todas as nascentes da cidade, suas localizações e condições de vazão. Segundo ele, entre as justificativas do projeto de lei que definiria medidas para conter o desperdício de água, rejeitado em novembro pelo Legislativo, a Prefeitura afirmou que “80% das nascentes do município estão secas”.

“Eu sei que nós temos poços artesianos, mas não sabemos depois como vão estar esses poços. Vai se retirando, retirando, tem estiagem, e nós estamos vendo que está difícil. Se 80% das nossas nascentes estão secas, como vai ser?”, questiona Minçon. “Eu quero saber se realmente existe alguma coisa oficial de quem cuida disso e onde estão essas nascentes. Quantas têm?”, continua.

De acordo com a Prefeitura, o município é abastecido por dez poços artesianos, os quais tiveram a capacidade aumentada para aproximadamente 25% entre 2013 e 2014. “E isso se manteve em 2015 com as melhorias feitas no sistema de abastecimento”, informou o poder público.

“Lá [no documento] também estava dizendo que o Rio Capivari está bem abaixo na questão de seu volume de água. Mas nós nunca retiramos água do Rio Capivari. Então, qual é a verdadeira situação das nossas nascentes?”, pergunta Minçon. “Eu acho que está na hora de saber o que se fala nas justificativas, porque começar a colocar justificativas pra encher linguiça fica difícil.”

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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