DO FUNDO DO BAÚ RAFFARD
Hoje excepcionalmente, peço vênia aos caros leitores desta coluna, por deixar de publicar as saudosas fotos da nossa cidade, para emprestar o apoio desta coluna para uma boa causa…
Ocorre que, sábado próximo passado, eu e minha esposa estávamos dando umas voltas de carro por Rafard, quando ao passar pelo almoxarifado da Prefeitura, encontramos Maria Eugênia Bedendi e sua filha Liliane, que nos informaram que cuidam de animais abandonados pelos seus donos, e que estavam de ida para a Fazenda Capoava, na estrada para Porto Feliz, para fazer o resgate de sete filhotes de cachorros que foram abandonados.
Quando fui informado que nenhuma delas conhecia o local, e nem ao menos fazia ideia de como chegar até lá, minha esposa se prontificou a mostrar o caminho até a entrada para chegar à Fazenda.
No entanto, como havia chovido muito, e a informação era de que os filhotes estavam sem alimento, e sem proteção, e correndo risco de caso chovesse, morrerem afogados, resolvemos ir com elas, que estavam na companhia de um moço que se prontificou a ficar com os filhotes para cuidar.
Depois de pedir informações, chegamos a um local ermo por nome de Pinheirinho, distante de casas de morada, num local onde o trânsito maior é de caminhões carregados de canas, paramos e descemos do carro, e imediatamente a Liliane, como que atraída pelos pedidos de socorro, foi exatamente onde os filhotes estavam, ou seja, dentro de um grande bueiro na estrada.
Ao se jogar literalmente no chão de terra molhada, a Liliane os avistou dentro do bueiro, e ao sentir que iriam ser resgatados, os filhotes saíram um a um, e ao serem alimentados, tanta era a fome, que mordiam a mão da minha esposa, que era quem dava a ração.
Nunca vi nada parecido com a cena da foto, a Liliane deitada na lama, usando a lanterna do celular, esticava o braço dentro do bueiro tentando pegar mais um, pois dizia ela que ainda faltava um, pois na foto que a enviaram eram sete, e por enquanto só saíram seis.
Graças a Deus, depois de uns 30 minutos, todos os filhotes estavam acomodados, alimentados e iam para um lar. E assim, voltamos todos felizes, por termos contribuído para uma boa causa.
Aproveito para fazer um pedido à Administração Municipal, que pense com carinho num projeto de construir um local para abrigar animais abandonados, e pessoa idônea, que tem amor suficiente para cuidar não faltará. O próprio texto revela a pessoa mais indicada.
Por hoje é só. Abraços aos leitores amigos!
