Rubinho de Souza

Um dia qualquer no Bairro Sete Fogões

Hoje ao sair com minha moto para um passeio, sem lenço, sem documento, e sem destino certo, peguei a pista sentido Tietê, mas antes do pedágio, resolvi entrar pela estrada de terra, em direção ao bairro Sete Fogões.

A propósito, esse nome, a meu juízo, foi dado ao local porque provavelmente lá existiam somente sete moradias, e visto que antigamente era comum o uso de fogão de lenha, e com certeza, alguém ao ver a fumaça saindo das sete casinhas, colocou o nome no lugarejo.

Não consigo imaginar outra explicação para a escolha da denominação que acabou por ser instituída e conhecida como é, até hoje. Se alguém souber de outra explicação que seja mais plausível e verdadeira, me corrija, por favor.

Mas como ia dizendo, ao chegar no bairro Sete Fogões, que muito moradores com a mania de abreviação já chama por “Sete” parei na Mercearia do Anacleto para tomar um refrigerante e logo em seguida entrou umas crianças acompanhadas da mãe, e logo que as vi, lembrei de um senhor muito amigo do meu pai, conhecidíssimo dos antigos moradores da cidade Coração por nome de César Aprilante.

Sempre que convidava meu pai para um passeio, e, principalmente quando ia em algum bairro, sítios ou fazendas, César levava consigo um saco de balas, doces e pirulitos para presentear as crianças que encontrava nesses lugares.

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Foto enviada pelo colunistaNesse tempo, eu que tinha meus 12 anos aproximadamente, e sempre estava em companhia do meu pai, também ganhava de César algumas balas e pirulitos, e lembro-me que ele ficava contagiado pela alegria da criançada que o rodeavam para receber as guloseimas, e lembro-me também do comentário que ele fazia: – Aprendi isso com meu pai, e lembro que ele dizia que a alegria das crianças, fazia um bem enorme para ele, e que o pai dele também dizia a mesma coisa…

Bem, logo que lembrei de tudo isso, falei para as crianças que cada uma delas escolhesse na mercearia um doce, balas ou pirulitos, que eu ia pagar para elas…

Não demorou, e começaram a vir mais crianças que foram avisadas por aquelas, e mais outras e até um baixinho de pouco mais de 2 anos, pé no chão pegou seu doce, e saiu todo feliz por uma coisa tão barata e insignificante…

Mas o que não foi nada insignificante, foi a sensação que experimentei ao fazer um gesto tão simples, e aparentemente sem importância. Confesso que quase fui às lágrimas, quando o baixinho de pé no chão, no alto de seus dois aninhos, me chamou, quando percebeu que subi na moto para dar a partida e ir embora, e disse: “- Deus abençoe! ” Respondi com um “ Amém! “ e vim embora, me sentindo o mais feliz dos homens…

Quem quiser copiar o meu gesto, na verdade estará copiando o gesto do amigo de meu pai: César Aprilante, que também copiou do pai dele, e que por sua vez, pode também ter plagiado alguém.

Mas como dizia um grande filósofo: “ As coisas ruins, estão todas aí para serem feitas, mas as coisas boas também. A escolha é sua! “

Grato por sua leitura, caro leitor amigo. Abraço.logo do fundo do baú raffard

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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