Editorial

Um mês inteiro dedicado a causa ainda é pouco

De 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido realizadas no ano passado, apenas 2,7 milhões foram feitas, isto é, perto de 10 milhões de mulheres brasileiras, segundo essas contas, estão sujeitas ao câncer de mama, sobretudo as mais pobres e menos informadas.

Os números expostos pelo Instituto Nacional do Câncer e pela Sociedade Brasileira de Mastologia explicam a existência de um mês inteiro de conscientização, o Outubro Rosa.

Oportuno, mas ainda insuficiente para o tamanho da gravidade de um mal que nas estimativas oficiais vai atingir 59 mil brasileiras neste ano, com um grau de mortalidade potencialmente tão alto que deveria virar um mantra, motivo de comoção, de mobilização geral e ruidosa, programa de conscientização nas escolas e em todos os meios de comunicação, da televisão ao cordel.

É preciso alardear que a mamografia é um exame com capacidade de identificar o câncer de mama em estágio inicial, que mais da metade dos casos de câncer de mama chegam aos consultórios em fase avançada, principalmente de mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde, o que dificulta e até elimina a possibilidade de cura.

Aí cabe aproximar a lente para compreender melhor o que se passa: há desinformação, sim, principalmente nos segmentos mais pobres da população, mas se deve acrescentar o reconhecimento de que há mais dificuldades para pacientes atendidas pelo SUS porque são maiores as dificuldades para agendar consultas e mamografia, e é grande a demora para receber o diagnóstico e iniciar o tratamento.

É bom reconhecer que nosso Estado desenvolve um trabalho respeitável nessa área através do Hospital de Amor de Barretos. Essas ações são replicadas na nossa região com a carreta móvel de mamografia e tantas outras campanhas.

O câncer de mama não espera para depois. Quanto mais cedo for detectada a doença, maior a possibilidade de tratamento pouco invasivo e maior a chance de alcance de cura.
Tá esperando o que?

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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