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Vítimas de violência: escuta especializada ajuda a proteger crianças e adolescentes

Capivari é uma das poucas cidades do Estado de São Paulo que oferece o serviço, disponível na Delegacia da Defesa da Mulher

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Capivari é uma das poucas no Estado de São Paulo a oferecer o serviço de escuta especializada de crianças e adolescentes, vítimas ou testemunhas de algum tipo de violência. O serviço foi implantado na cidade há cerca de dois anos, através de parceria com a Prefeitura de Capivari.

A delegada responsável pela implantação do serviço no município é a Dra. Maria Luisa Rigolin. Ela explica que a escuta especializada consiste em ouvir crianças e adolescentes de até 18 anos, que passaram ou presenciaram atos de qualquer tipo de violência, seja física, psicológica, sexual, institucional ou moral.

De acordo com dados da DDM de Capivari, cerca de oito crianças ou adolescentes utilizam o serviço por semana. Na maioria, são testemunhas ou vítimas de violência doméstica. Há também os casos de assédio sexual, Bullyng, entre outros.

A escuta especializada não serve como prova de investigação dos crimes, mas é utilizada como um instrumento importante que pode ajudar a entender como se deu o ato de violência.

“É um instrumento importante que vai ajudar as vítimas no sentido de esclarecer os fatos e livrá-las da violência. Na escuta, é possível identificar o agressor, o local e a frequência em que ocorriam as atitudes violentas”, explica a psicóloga, Doutora em Saúde Mental, Marli Lunezo Guimarães de Oliveira, que há dois anos está à frente do Serviço na DDM de Capivari.

Marli explica que a escuta especializada auxilia no processo de investigação, e com isso, as medidas de proteção da criança e adolescentes são mais rápidas, protegendo as vítimas das situações de abuso.

“Quando fazemos a Escuta da criança ou do adolescente, estamos contribuindo para acelerar o processo de investigação e a punição do abusador, que cometeu a violência”, afirma a psicóloga.

A escuta também garante toda a proteção e privacidade das crianças e adolescentes, que são ouvidos pela profissional psicóloga em espaço adequado e acolhedor, a fim de garantir a segurança física e emocional das vítimas.

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Marli L. G. de Oliveira, doutora em Saúde Mental (Foto: Arquivo pessoal)

Mudanças de comportamento

De acordo com os registros das ocorrências, na grande maioria dos casos de violência contra a criança e o adolescente, o abusador e autor do crime está bem mais perto do que se imagina, geralmente são padrastos, tios, avôs e até mesmo os pais.

Um dos pontos importantes deste tema está relacionado à mudança de comportamento das vítimas.

“Os pais devem estar atentos as mudanças repentinas de comportamento, sinais físicos, medo diante de alguma pessoa ou a recusa da criança em ficar sozinha ou sair com o abusador”, explica a psicóloga.

Ela orienta que é preciso atenção dos pais. “A qualquer sinal de mudança de comportamento, conversem com a criança ou adolescente, e se houver relatos de abuso ou agressão, busque ajuda e orientação na Delegacia”, relata Marli.

Os atos de violência contra a criança ou o adolescente causam efeitos que podem ser irreversíveis se não tratados a tempo.

“A criança que está sofrendo qualquer tipo de violência, principalmente a sexual, tem comportamentos como choro excessivo, dificuldades escolares, distúrbios de sono, depressão, irritabilidade, entre outros. Quanto mais cedo perceber os abusos, mas rápido é possível resgatar as vítimas”, finaliza a profissional.

Os casos de violência de qualquer natureza contra crianças e adolescentes podem ser denunciados, com total sigilo, através do telefone 3491-2563 ou diretamente na DDM de Capivari, na rua Fernando de Barros, 420, Centro, em frente à Praça Central.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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