Leondenis Vendramim

Wesley, o pequeno grande homem de Deus

John Wesley não foi um homem para ser esquecido, disse Gordon Ruff, um de seus muitos biógrafos. John Wesley nasceu em Epworth no dia 17 de junho de 1703 num lar de anglicanos. Filho de Samuel, pastor anglicano, e Susana, mãe de 15 filhos. Entre seus irmãos destacou-se Charles, poeta, escritor de vários hinos, companheiro na luta pelo reavivamento cristão.

Devido à atarefada vida do marido e pastor, ela se responsabilizou pela educação dos filhos. Embora fossem muitos, foram educados sob rígida disciplina e amor desde a primeira infância, não falavam, nem choravam alto, tinham horário para cada atividade incluindo estudos e comunhão com Deus. Ela reservava um tempo para conversar em particular com cada um deles. Sua mãe foi sua professora até os onze anos, alfabetizando-o pelos salmos bíblicos.

No século 18 a Inglaterra, passava por um tempo difícil. Com a revolução industrial, os moradores de outras cidades e do campo iam, grande número, à Londres em busca de trabalho. Havia desemprego em massa, moradores de rua, prostitutas, ondas de crimes. O povo apelava pelos enforcamentos públicos e perseguiam os religiosos não católicos.

Um fato marcou a vida do menino Wesley. Incendiaram sua casa com as crianças dentro. Conseguiram tirar todos vivos, ficando apenas John, com 5 anos, que dormia na parte de cima. A escada já tinha sido devorada pelas chamas, não havendo mais possibilidade de resgatá-lo. Mas eis que ele surgiu na janela e foi salvo por homens corajosos e uma escada à parede. Susana, sua mãe disse que “ele era um tição tirado do fogo” (Zac.3:2), e assim ficou conhecido. Entendendo que Deus o preservou miraculosamente, ela o educou para servir a Deus.

Aos 11 anos foi para a escola pública e aos 17 entrou na Universidade de Oxford cursando Teologia. Aí reuniu um grupo de estudantes com o objetivo de orar e estudar a Bíblia com horário e método para todas as atividades, por isso foram denominados “metodistas”, “metodistas da Oxford”. Ele e seu irmão Charles interessaram-se pela questão social: visitavam prisioneiros, evangelizavam e assistiam aos desamparados e auxiliavam seu pai na Igreja Anglicana. John Wesley era de pequena estatura, mas grande intelecto e empreendedor na missão em prol da causa de Deus.

Viajou à Virgínia – EUA com o fim de evangelizar os índios, mas voltou frustrado dizendo “quem me evangelizará?”. Nessa viagem ficou abismado com um grupo religioso moraviano (semelhante aos puritanos dos farwest) que cantava no navio açoitado pela tempestade. John que temia a morte, vendo a fé desses religiosos, inclusive crianças, duvidou de sua religião e desejou segui-los. Na volta a Londres, em 1738, encontrou o pastor morávio Pedro Böhler que o instruiu a ter uma religião de mais contato com Jesus e prática dos Seus ensinos, e não só teoria.

Nesse mesmo ano assistiu a uma reunião em Londres, na qual estudaram um comentário de Lutero sobre a Carta de Paulo aos Romanos. Ficou fortemente impressionado e confiante de que Cristo o perdoara. Essa reunião foi muito importante. Ele citou no seu sermão sentir o coração aquecer e passou a confiar somente em Cristo para a sua salvação.

Wesley começou a viajar na sua mula por todas as partes; dizem que chegou a percorrer 400 mil quilômetros e pregar 40 mil sermões. Fez de seu animal a escrivaninha para escrever e escreveu muitos livros (Tenho 2 volumes de seus sermões). Wesley pregava o evangelho sem fronteiras, ensinava nas praças, aos operários, nas prisões e nas igrejas. É dele a conhecida frase: “O mundo é minha paróquia”. Levantava-se de madrugada, pregava em média 3 sermões diários, sendo o primeiro às 5 horas da manhã e seus auditórios chegavam a 14 mil pessoas. O Cavaleiro de Deus, Fundador da Igreja Metodista, bem pode ser conhecido como “O Homem de Deus”. Sua influência estendeu-se principalmente nos EUA. Levava ofertas aos pobres, restabelecia encarcerados, ensinava a Palavra de Deus, e pregava sobre ética, tirou a muitos da imoralidade, restabeleceu a vários lares destroçados pelos vícios.

Assim como os morávios Charles e John Wesley organizavam seus seguidores em pequenos grupos, dentro e fora das igrejas, liderados pelos leigos para estudar a Bíblia, orar e difundir o evangelho de Cristo. Ele dizia: “Àqueles que não conhecem preguem a Cristo e aos que O conhecem preguem a lei”. John Wesley faleceu no dia 2 de março de 1791 e sepultado na Capela dos Wesleys em Londres. A Igreja Metodista organizou-se em 1740, pois seus seguidores foram excluídos da Anglicana.

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