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Artigo – A bôa educação

Há muito tempo estamos, sem sucesso, lutando para que volte aos educandários de ensino básico ou primário, a matéria EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA.
Em nossa saudosa infância, quando “éramos felizes e não sabíamos”, a educação, com raras exceções, (alguns casais não haviam recebido e consequentemente não poderiam dar aos filhos) era boa, esmerada mesmo.
Quando saíamos pela manhã para o Grupo Escolar, éramos advertidos por nossos pais: “Não se esqueça de tratar com respeito a todos; do Diretor ao Servente, bem como aos seus colegas. Lembre-se que a Escola é a continuação desta sua casa e os Professores nos representando, com nossa aprovação, severamente o corrijam de acordo com seu mérito!” Ai de nós se contrariássemos essas ordens e isso chegasse ao conhecimento paterno…
Naquele tempo havia respeitosa consideração entre as pessoas, às Leis e Regulamentos, porque, além dos ensinamentos e exemplos no lar, havia a exemplar competência e conduta dos Mestres, nada deixando a desejar na prática da bendita e saudosa EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA, incluindo trabalhos manuais.
Exemplificando: da competência do engenheiro construtor e o bom material aplicado, para o alicerce, a base, resultam o sucesso, a segurança e a duração de um edifício, por mais alto que seja. Assim é na boa Educação.
Há pessoas que pensam ser suficiente para obter sucesso na vida, saber ler, escrever e fazer as quatro operações aritméticas, tirar a prova e decorar a tabuada, o que atualmente com as calculadoras, nem isso precisam aprender.
Antigamente havia o Boletim Escolar, onde, anotadas, pelo professor(a), além das notas obtidas nas provas das matérias: Português, História, Geografia e Aritmética, o grau do conceito disciplinar do aluno, que tomado conhecimento, era assinado pelo responsável e devolvido ao remetente. Tudo dentro da disciplina e respeito.
Todos os alunos frequentavam sempre as aulas uniformizados, com os cabelos aparados, calçando meias brancas e sapatos pretos, nas datas Festivas Nacionais, orientados pelos(as) Professores(as), conduzidas as Bandeiras Nacional e Paulista, como prêmio pelos dois mais aplicados, em desfile percorriam as ruas centrais da então pequenina Villa Raffard.
Antes do desfile, no pátio de recreio, com as classes organizadas e os alunos perfilados, na presença do Diretor, eram respeitosamente recebidas as Bandeiras e cantados por todos, os Hinos Nacional e à Bandeira.
Final de ano e provas. Na presença do Inspetor, Diretor e Professor da Classe, eram chamados nominalmente os estudantes que, diante do “quadro negro” (lousa), submetiam-se a exames sobre as matérias aprendidas, cujas notas eram anotadas para posterior julgamento. Quem não obtivesse a média exigida, era reprovado, tendo que repetir e perdendo um ano de estudo.
Essa norma pedagógica do primeiro ao quarto ano incentivava o aluno a se dedicar ao estudo, evitando a reprovação. Havia também classes mistas.
Material escolar. No primeiro ano usávamos para escrever, apenas lápis preto, borracha, cadernos de linguagem e caligrafia, para o B+A = BA…
A partir do segundo ano, na carteira dupla, de assento e apoio em madeira, com tinta azul em tinteiro embutido no centro para servir aos dois alunos, lápis preto e de cor para desenhos, caneta com pena de aço, o respectivo “limpa penas” de pano ou feltro, acompanhados de folha de “mata-borrão” ou “chupa-tinta”.
Evidentemente de acordo com o grau alcançado, os livros correspondentes às matérias. O Diploma recebido na conclusão destes quatro anos de estudo muito nos auxiliou para a aquisição dos demais. “Para um bom entendedor, meia palavra basta e para quem sabe ler, um pingo é letra.” Este é um sucinto comentário do nosso Curso Primário no agora, Município de Rafard, e agradecidos, carinhosamente guardamos no coração as imagens dos Professores Oscar Stein (1º ano), Lucrécia Luchi Ferreira (2º ano) e Jordão Marins Peixoto (3º e 4º anos), cujas memórias respeitosamente reverenciamos, rogando a Deus que os abençoe, proteja e aumente a Luz que já possuem. Que assim seja.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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