ArtigosRubinho de Souza

“Cidade Coração”

Muitos da atual geração devem se perguntar, o porquê de Rafard ser cognominada de “Cidade Coração”, assim como Capivari é Cidade dos Poetas, Porto Feliz é Terra das Monções e Campinas é Terra das Andorinhas, e por aí vai…

Como nossa cidade veio a se tornar a “Cidade Coração” é um dos episódios mais marcantes que tenho lido no livro de memórias de José Maria de Campos, cujo episódio foi escrito por Jair Forti e onde estão guardadas nossas mais gratificantes lembranças, onde os amigos, evidentemente, ocupam as melhores páginas.

Façamos, pois, uma cronologia dos fatos, para melhor explicar como tudo aconteceu lá pelos idos do ano de 1958, num mês qualquer, num dia qualquer, nossa Raffard estava livre do negrume que hoje a envolve, livre das poluições olfativas e políticas – descreve Jair Forti.

Raffard era toda pura e adolescente, à espera de sua maturidade. Esperança, união, esforço, altruísmo e abnegação, sobravam em cada rafardense. Os amigos… Ah! Os amigos. César Carninha, Nelson do Juca, Hermano, Dito Ribeiro, estes, temos a esperança de abraçá-los novamente. Inesquecíveis, Mário Stoppa, Tato Albertini, Faria, “Seu” Allan, Dedé Angelini… Dedé? Sim, foi Dedé Angelini.

“Cidade Coração”
“Cidade Coração”

Estava na fabulosa fanfarra do “Seu” Allan, em Porto Feliz, colaborando nos festejos daquela cidade, e, Dedé lá junto, auxiliando, acompanhando, zeloso pelos nossos meninos, que compunham a Fanfarra – inclusive seu filho José Henrique (foto). Na calçada, um espectador levanta a voz: – “Como é possível, numa cidade tão pequena, haver uma criançada, com essa banda, tão espetacular? ”

“Ao ouvir tal interrogativa, instantaneamente, Dedé retrucou: “Cidade pequena, moço, mas de coração grande!”
Essa história, ouvida do próprio personagem, o autor destas linhas a interpretou numa crônica semanal, ao microfone do saudoso Serviço de Alto falantes do Rafard Clube Atlético, e um nome se eternizou: Rafard – Cidade Coração”.

Rafard, do R.C.A. Campeão, do jornal “O Progresso”, do sobe e desce da Maurice Allain aos sábados e domingos, do Teatro Amador Joana D’Arc, dos bailes de carnaval na quadra de basquete, Ah! Que tempo bom…

Não poderia imaginar o nosso amigo Dedé Angelini, que ao defender sua terra querida, estaria cognominando a sua cidade coração.

Coração que pulsa amor e dedicação!

E, ao ouvirmos, hoje, o estrondar das trovoadas, perguntamos: Será que lá no céu, “Seu” Allan e Dedé, não estarão treinando a fanfarra mirim celestial?

(Escrito por Jair Forti em 25/09/1975)

Na foto, estão alguns integrantes da fanfarra, que foram se apresentar na cidade de Porto Feliz, entre eles: Panhó, Julinho Forti, Jorge Estanislau, Toninho Fontolan (Neto), Edson (neto do Nhô João do Bar) e o José Henrique, filho do “Seo” Dedé.

O texto, foi retirado do Livro “Rafardeando” de José Maria de Campos, onde ele faz uma homenagem a Jair Forti, autor do brilhante texto, expressando sentimentos de pesar, quando diz: – Ao grande amigo, que partiu muito antes do combinado.logo do fundo do baú raffard

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