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Cobrança pelo uso de sacolinhas plásticas desagrada consumidor

Após 15 dias do início da proibição do uso das sacolinhas plásticas convencionais, os consumidores reclamam que os supermercados não devem cobrar pelo uso das sacolinhas plásticas ecológicas, feitas a partir do amido de milho.
O acordo entre os supermercados e a APAS (Associação Paulista de Supermercados), em vigor desde o dia 25 de janeiro faz parte da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”.
A medida está fazendo com que os consumidores encontrem alternativas para o transporte de mercadorias adquiridas nos supermercados.
Um estudo encomendado pelo Sindicato das Indústrias do Plástico revelou que as sacolas plásticas apresentam uma menor probabilidade de contaminação por bactérias do que as caixas de papelão e as “ecobags”.
Apesar da oposição de parte do empresariado, a iniciativa de São Paulo ganhou o apoio do Ministério do Meio Ambiente. A partir de 15 de março, uma campanha nacional irá tentar mostrar à população as vantagens da adoção de sacolas ecológicas.
Mas isso vem desagradando muita gente, que já estava tão habituada com as antigas sacolinhas plásticas. É que as sacolinhas permitidas para esse transporte não serão disponibilizadas gratuitamente pelos supermercados. O preço de custo, de R$ 0,19 cada unidade, será repassado ao consumidor no caixa.
Segundo Éder Antonelli, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Capivari, essa questão foi muito debatida entre os comerciantes, que foram unânimes em concordar com o repasse do preço ao consumidor. Antonelli garante que os comerciantes nada têm a ganhar com essa cobrança. “O dono do supermercado compra as sacolinhas da Apas a R$ 0,19 e irá repassá-la pelo mesmo preço ao consumidor, incentivando-o a usar formas alternativas de transporte das suas compras”, afirma o presidente.
Na maioria dos supermercados visitados pela nossa reportagem, a sacolinha será cobrada do consumidor. “Teremos que repassar o preço ao consumidor porque o custo desse material é alto para o supermercado”, afirma Vanderlei Callegari, proprietário do Supermercado Callegari, de Rafard.
Mesmo tratando-se de sacolinhas ecologicamente corretas, o material, derivado do amido de milho, não estará disponível em algumas redes supermercadistas. O Supermercado Covabra, por meio de sua Assessoria de Comunicação informou que a rede está engajada na Campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, pelo fim do uso das sacolas plásticas descartáveis. O mercado vem oferecendo diversas alternativas para o transporte das compras, como sacolas reutilizáveis, à venda a partir de R$ 0,55, além das caixas de papelão em que recebem os produtos e que são gratuitas.
A reportagem do Jornal O Semanário foi às ruas para saber a opinião dos consumidores sobre a cobrança pelo uso das sacolinhas plásticas nos supermercados.
Para Vera Lúcia Cremonese, 50, o consumidor deve mesmo levar ao mercado a sua sacola de casa.
Marinalva Moreira, 45, afirma que apesar de concordar com o fim das sacolinhas convencionais, acredita ser errado os supermercados cobrarem do consumidor pelas sacolinhas ecológicas. Para ela, a melhor maneira de transportar as mercadorias é usando as caixas de papelão disponibilizadas pelos mercados.
Joseane Aparecida Biagio, 39, fala: “acho que o supermercado tem que dar a sacolinha. A gente já faz compra. É ruim, porque às vezes a gente não sabe a quantidade que vai comprar. Eu faço a compra do mês, trouxe 3 sacolas, paguei 1 real por mais uma e não coube tudo”.

Sacolinhas gratuitas
Em Nota Oficial, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), afirma que “apoia propostas que tenham por objetivo promover o consumo sustentável e consciente como forma de preservação do meio ambiente”, desde que observados os direitos dos consumidores, assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
No caso da campanha realizada nos supermercados, que visa a substituição de sacolas plásticas comuns por biodegradáveis, o Procon afirma que os estabelecimentos devem oferecer uma alternativa gratuita para que os consumidores possam finalizar sua compra de forma adequada, até que a medida seja habitual ao consumidor.
É importante destacar que, na ausência de opção gratuita para que o consumidor possa transportar suas compras, o estabelecimento deverá fornecer gratuitamente a sacola biodegradável, respeitando assim os ditames do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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