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Começa a greve dos bancários

Diante do impasse nas negociações com os bancos, os bancários entraram em greve por tempo indeterminado em todo o Brasil nesta terça-feira (18). Para organizar a paralisação, o Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, realizou na noite de segunda-feira (17), no Teatro São José, no Centro de Piracicaba, assembleia organizativa da greve, que contou com a presença de 200 bancários.
“Bancários de todo país estão unidos no sentido de construir uma grande greve para pressionar os bancos e garantir uma proposta de acordo que atenda as nossas reivindicações da Campanha Nacional 2012”, explica o presidente do Sindicato, José Jaime Perim.
A greve foi aprovada na última quarta-feira (12), em assembleia realizada pelos sindicatos em todo o país. Nos encontros, os bancários rejeitaram a única proposta apresentada pelos bancos durante as negociações da Campanha 2012, que prevê reajuste salarial de 6% (aumento real de 0,58%) ante os 10,25% reivindicado pelos trabalhadores.
Para o secretário de Comunicação do Sindicato, Ubiratan Campos do Amaral, a greve que será encampada pelos bancários é de inteira responsabilidade dos bancos. “Passamos mais de um mês negociando as nossas reivindicações e infelizmente não conseguimos construir uma proposta de acordo por meio do diálogo. O Comando Nacional dos Bancários, como sempre, apostou nas negociações, mas os bancos preferiram empurrar seus funcionários para a greve, mostrando toda a sua irresponsabilidade com bancários e clientes”, afirma.
Ubiratan lembra que praticamente todas as categorias que já encerraram sua campanha salarial este ano conseguiram reajustes melhores que no ano passado. “E olhe que nenhum setor da economia brasileira lucra como os bancos. Só as cinco maiores instituições financeiras do Brasil garantiram R$ 25,2 bilhões de lucro no primeiro semestre deste ano. Ou seja, os bancos têm todas as condições de valorizar seus funcionários e é por isso que estamos lutando”, explica.
Segundo pesquisa realizada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), o piso salarial dos bancários brasileiros é um dos mais baixos no continente. Enquanto os bancos pagam piso de 1.090 dólares no Uruguai e de 1.200 dólares na Argentina, aqui no Brasil é de apenas 681 dólares (ou seja, R$ 1.400). Isso significa que o piso do bancário hoje é 58% do salário mínimo do Dieese de R$ 2.416, o que está sendo reivindicado.
“Os bancos se recusam a melhorar o piso e a PLR, não querem discutir a questão do emprego e sequer atenderam nossas reivindicações sobre saúde, condições de trabalho, igualdade de oportunidades e segurança. Diante desse descaso, não restou outra alternativa aos bancários senão a greve”, afirma Perim.

Reflexo na região
Na manhã desta terça-feira (18), a única agência bancária de Capivari que já aderiu à greve é a do Banco do Brasil. No banco Bradesco, o gerente informou que até o momento a agência funciona normalmente, porém entrariam em reunião para definir com representantes do sindicato e funcionários se aderirão ou não à greve.
Em Rafard, a agência Santander atende normalmente, mas segundo informações de um funcionário que preferiu não se identificar, a qualquer momento representantes do sindicato dos bancários podem chegar e se reunir com os funcionários para optar pela deflagração ou não da greve.
Segundo informações, representantes do sindicados dos bancários já estão se reunindo com funcionários das agências de Capivari, Rafard e Mombuca para definir o futuro da greve na região.

Importância da mobilização
Nos últimos oito anos, os bancários tiveram de encarar greves em todas as campanhas. Graças à mobilização, a categoria conquistou 13,9% de aumento real nos salários e 31,7% no piso neste período. “Os resultados das últimas campanhas mostram que vale a pena lutar. É por isso que convocamos todos os bancários para engrossar a greve e fortalecer a nossa luta. Os bancários formam uma das categorias que mais têm direitos no Brasil, mas nada veio de graça. Todas as nossas conquistas são resultados da luta e este ano não será diferente. Vamos mostrar aos bancos a nossa força e garantir, assim, mais uma campanha vitoriosa”, enfatiza o presidente.

Principais reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%);
– Piso salarial de R$ 2.416,38;
– PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos;
– Plano de Cargos e Salários para todos os bancários;
– Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição;
– Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade;
– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral;
– Mais segurança;
– Igualdade de oportunidades.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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