Editorial

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O século XXI tem sido marcado por fatos negativos
no Legislativo rafardense. Depois de quatro vereadores
serem cassados na gestão 2005/2008 por compra de
votos na eleição da mesa diretora da Câmara, foi a vez
de Fábio Luis Quagliato (PMDB), já na administração
2009/2011, por quebra de decoro parlamentar, perder
sua cadeira na Casa de Leis. Em breve, mais um legislador,
Fernando Qualiato Moreira (PDT), também
acusado de falta de decoro, pode ter o cargo cassado.
Não se discuti, aqui, os méritos da cassação de
cada vereador. Mas, sim, o futuro da política. Se a
cada dia é mais raro encontrar bons políticos, aqueles
comprometidos apenas com interesses da população,
os constantes escândalos envolvendo agentes públicos,
de modo geral, têm afastado ainda mais os cidadãos
do processo democrático. Com isso, a possibilidade de
achar alguns “bons” no meio da classe política se torna
mais difícil. É como um saco cheio de batatas podres.
As que estão fora dele e são saudáveis não vão querer
entrar para apodrecer. Descrentes, elas não veem a
perspectiva de levar “remédio” para dentro do saco.
O pior é que uma concepção negativa à política,
chegando à aversão, pode marcar uma geração. Ao ver
as cassações no Legislativo, será que os estudantes desenvolvem
interesse em, futuramente, se lançar na vida
pública? Ou querem distância dela? Vale a reflexão.
Se hoje a política nacional é sinônimo de corrupção
e impunidade, esse quadro, possivelmente, só irá mudar
se houver uma alteração por parte da sociedade. E
isso acontecerá em um movimento que nasce de baixo
para cima. Obviamente, é de interesse da classe política
deixar a bagunça como está. Mas essa propulsão
popular, com escândalo atrás de escândalo, se torna
dia a dia mais utópica. Logo, o saco mais podre.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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