Editorial

Esperança a gente tem

Nas últimas semanas, a imprensa esteve abarrotada de denúncias de corrupção, fraudes, desvio de dinheiro público, péssimo atendimento na saúde. Nunca se viu tantas denúncias e, não sabemos até quando vamos conviver com isso.
Temos o maior trabalho de todos, quando ao finalizar a edição, a cada semana, sentamo-nos para discutir e escrever este editorial. Claro, colocar no papel o que pensamos, poder que nos é concedido enquanto formadores de opinião, é sem dúvida, um prazer, uma honra. A melhor forma de nos aproximamos ainda mais de você leitor. O problema é que somos taxados como os seres mais chatos do mundo, sempre batendo na mesma tecla.
Afinal, quando é que poderemos noticiar que estão sendo restauradas as instalações da UTI da Santa Casa ao invés de perguntar onde foram parar os R$ 80 mil destinados à instituição para manutenção de tal, durante 12 meses, mesmo com a UTI fechada? Cadê? O gato comeu?
Até quando vamos anunciar que uma cidade tão rica como Campinas, não tem remédio nos postos de saúde? Ah, e nem prefeito. Depois de tantos escândalos onde rodaram: prefeito, vice, primeira dama e presidente da câmara, agora voltamos no tempo, e a despeito da democracia e do voto direto, a população campineira teve que aceitar um prefeito que os vereadores colocaram lá. Foi o último recurso depois da falta de opção.
E a polêmica interdição do Estádio Carlos Colnaghi. O que é que aconteceu? O estádio foi interditado pela falta de documentação adequada, por irregularidades constatadas na vistoria do Corpo de Bombeiros. Coisa simples, que qualquer empresa precisa apresentar para ter o funcionamento liberado. Mas por que é que as administrações públicas continuam deixando a lição de casa por último?
Em Rafard, é buraco, é obra abandonada, ponte que deveria ter sido feita com verba que sumiu. E sumiu também o asfalto do Distrito Industrial, só agora questionada pela atual administração. Pra onde é que foi? Ninguém sabe, ninguém viu. E o aumento de salário dos servidores? Ficaram quietos e olha aí: um abono de R$ 150,00 depois de 2 anos do último dissídio. E o executivo nem se manifesta sobre o assunto. Qual o medo? A presidente do Sindicato dos Servidores disse que não houve nem negociação, nenhuma conversa desde abril de 2011. A cidade parece estar jogada aos ventos, reflexo de uma má administração, desorganizada e sem nenhuma preocupação em prestar contas à população, mostrando total desrespeito. Mais uma vez os papéis foram invertidos: quem deveria nos servir gosta mesmo é de ser servido e cortejado.
Leitor, cuidado! As coisas andam sumindo e ninguém fala nada. E em ano de eleição, tenha certeza, muitas outras coisas que sumiram serão noticiadas, muitas lições de casa que não foram feitas pelos nossos administradores serão lembradas pela mídia. Afinal, ainda que sejam notícias ruins a serem dadas todos os dias, fazemos o possível e até mesmo o impossível para que ela possa chegar ao seu conhecimento.
Esperança a gente tem, de que o nosso dedilhar nas teclas dos computadores, a impostação e eloquência de nossas vozes, despertem a reação necessária em todos os que nos leem para que haja mudança. Do jeito que está não pode continuar.
Precisamos de uma população mais corajosa, que exija mais, demonstrando nas próximas eleições a insatisfação com a falta de vergonha dos nossos políticos, que nem o mínimo necessário, que é um atendimento decente na saúde pública, estão fazendo.
Esperança a gente tem.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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