Leondenis Vendramim

Maçonaria

Conheci alguns respeitáveis maçons, dignos, honestos e benfeitores como os senhores Bechara Miguel Maluf, Armando Biasi, e reputo meu pai Emílio Vendramim, e meu irmão, Leogildo J. Vendramim, motivo pelo qual respeito essa instituição, mas como em todas as instituições, há alguns maus exemplos, não cito nomes, a não ser do ex-grão mestre João J. Xavier. o ex-grão mestre da grande loja maçônica do estado de São Paulo (glesp), condenado pelo TJ-SP, por ser público.

A palavra “maçonaria” tem como raiz o termo francês “maçon” que significa pedreiro. Antigamente era o homem que trabalhava com pedras, o construtor de catedrais, e monumentos com pedras, nas quais gravava o seu nome, tornando-se importante personalidade na sociedade.

Segundo Jorge Buarque Lira, pastor evangélico, um dos Grão Mestres maçons, Maçonaria, é uma sociedade, filantrópica e filosófica; não religião. (A Maçonaria e o Cristianismo, p. 114)

Os líderes das cruzadas, estimulados pela igreja católica, cujo objetivo era pregar o catolicismo, e exterminar os contrários (judeus, muçulmanos, índios). Com pouco, ou, nenhum preparo, enfrentando intempéries, pântanos, doenças, morriam. Suas propriedades passaram para a Igreja, sua cuidadora. Iam à luta devido ao incentivo papal, para libertar-se dos pecados e do inferno, pela cobiça do tesouro dos orientais. Os cavaleiros sobreviventes tornaram-se os Templários, ricos e poderosos, principalmente os franceses, que trabalhavam com pedras e construíam catedrais e monumentos reais luxuosos, por isso, chamados pedreiros. Os templários foram perseguidos pelo papa e pelo rei francês Felipe 4 e Jacques De Molay (1243-1314), Grão-mestre dos templários, queimado vivo. Os seguidores da Ordem fugiram para Portugal, adotaram o nome de Ordem dos Cavaleiros da Cruz de Cristo. Com o apoio real e com seus conhecimentos geográficos (tinham, em 1441, o mapa do Brasil), foram explorar a Índia e vieram tomar posse do Brasil. Há, ainda hoje, próximo ao rio Tejo, um castelo da Ordem. (Ver: Do Imaginário à Sta. Inquisição, 41-49)

Segundo o escritor maçom, Walter L. M.S., o cavaleiro da Ordem dos Templários, Ignácio de Loyola, estudou na França de 1528-1529, era pertinaz, granjeou adeptos e discordou da sua Ordem, em plena assembleia dos templários, em Montserrat (1534) por decidirem unir aos maçons, tornando-se pedreiros livres. Loyola saiu dessa reunião e fundou a Ordem dos Jesuítas, porém, a Maçonaria fortificou-se também. Os templários tornaram-se, então, uma tripartição: os Cavaleiros da Ordem da Cruz de Cristo (“descobridores” do Brasil -1500), a Ordem dos Jesuítas e os agregados à Maçonaria). Não se sabe a data da origem maçônica, mas tudo indica que ela surgiu com os templários, no séc. 14. Desde então, maçons e jesuítas são adversos. Contudo, preservam algumas características comuns, como todos os três segmentos, possuem uma hierarquia muito respeitada.

Há milhares de maçonarias pelo mundo, mas não são unificadas em suas doutrinas, há mesmo, algumas lojas frequentadas, e ou, dirigidas por mulheres, chamadas Maçonarias das Damas. “Em 1755 a duquesa de Bourbon foi eleita Grã Mestra de todas as lojas francesas.” (Maç. e Cristianismo, págs. 448- 449) o que não se permite nas maçonarias do ritual escocês.

A Maçonaria é uma associação com muito misticismo e forte influência mitraísta, egípcia, judaica, templária, esotérica e outras, mas não admitem ser religião. Torna-se difícil pensar ser uma sociedade não religiosa, como pretende o culto escritor de A Maçonaria e o Cristianismo, o maçom Dr. Jorge B. Lira, embora exijam de seus membros a crença em Deus como criador do Universo (por eles chamado GADU (Grande Arquiteto do Universo); na imortalidade da alma; na observância da lei divina, reconhecem sua dependência de Deus; são avessos à idolatria. Na salvação pela fé na morte de Jesus. (Maç. e Cri. 109s) Creem que o homem é um animal superior aos demais animais, e com a influência rosa-cruz, hermética e cabalista, é constituído de gases, ar, água, fogo, terra e uma matéria sutil, que impregna todas as coisas dentro de nós, e o éter, o invólucro do corpo. (Maçonaria e Magia, 225).

Essa realidade torna difícil acreditar que “a instituição não é religião, mas a crença é dos membros em particular”, é o que propõe Lira.

A Maçonaria foi acusada de exterminar os “traidores” reveladores dos segredos maçônicos, bem como de outros assassinatos, do que Jorge B. Lira defende: “se em alguma loja maçônica ocorreu tal fato, não se pode generalizar.” Ele atribui tais crimes à Fra Maçonaria ou à Carbonária. (Maçonaria e Cristianismo, 194-195).

(Continuaremos)

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