29/08/2014
‘Não vamos dar água pra ninguém’, afirma Rodrigo Proença
Com 37 poços artesianos e três mananciais, Capivari não se inclui na crise hídrica que acomete parte do estado de São Paulo
CAPIVARI – O prefeito Rodrigo Proença (PPS) realizou na manhã de terça-feira, 12, uma coletiva de imprensa para falar sobre seu um ano e meio de governo ao lado do vice Vitor Riccomini (PTB). Entre os assuntos discutidos, Proença falou sobre a crise no abastecimento de água, que afeta algumas cidades da região, e foi questionado quanto à possibilidade de Capivari precisar “emprestar” água a esses municípios.
“Nós estamos numa situação estável, que não requer racionamento, apenas a conscientização e a colaboração da população”, esclarece. Segundo ele, Capivari é mantida 70% por águas subterrâneas (37 poços artesianos) e 30% por águas de superfície, que são os mananciais Milhã, João Lau e Água Choca. Juntos, geram 22 mil litros de água tratada por dia. “Não temos problemas com água e não vamos dar água pra ninguém”, enfatiza.
De acordo com o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), José Luiz Cabral, a previsão de chuva relevante está prevista para outubro, ou seja, ele acredita que boa parte do problema da escassez hídrica no estado de São Paulo já passou. “E, em Capivari, nós temos que agradecer a colaboração da população que realmente incorporou a ideia do uso mais racional da água.”
Fazenda Milhã
No início do mês de agosto, os vereadores Mateus Scarso (PMDB) e Domingos Antonio Cláudio, de mesmo partido, visitaram a Fazenda Milhã para observar o volume de água do manancial, que continua diminuindo um centímetro por dia devido à falta de chuva. Na ocasião, a dupla questionou a estrutura da represa, após visualizarem que uma parte de cima da barragem havia despencado.
Segundo Cabral, as trincas são antigas, porém, ele afirma que já existe um projeto para reforçar a barragem. “Uma empresa de geologia fez um laudo, recomendou algumas coisas, e em função desse laudo nós contratamos um projeto de engenharia [que gira em torno de R$ 7 milhões]: se fizermos uma rede nova, já que a existente é de cimento amianto e causa prejuízos à saúde, justificamos o reforço da barragem”, explica o superintendente do Saae.
O projeto foi enviado à Fundação Nacional da Saúde (Funasa), mas faltou a assinatura da proprietária da fazenda, Maria Christina Pacheco, em alguns processos, e, por questões políticas, o recurso não foi liberado. “Estamos entrando no Estado pra buscar, estamos com o projeto pronto, falta viabilizar o valor pra fazermos a recuperação da barragem. Mas essa trinca, segundo o ex-superintendente do Saae [Ronaldo de Cillo], existe há 20 anos”, garante o prefeito Rodrigo Proença.
Segundo ele, o relacionamento da prefeitura com a empresária “é fantástico”. “O Cabral levou técnicos lá [na fazenda], porque existia uma dúvida sobre uma casa de máquinas que será instalada com esse projeto, se o barulho chegaria até a residência dela; o relacionamento com ela é ótimo. E ela sabe de todos os processos e projetos do Saae e todos os pleitos que estamos buscando, porque precisamos da anuência dela pra fazer qualquer investimento lá”, lembra.
A parceria da Prefeitura de Capivari com a empresária Christina Pacheco consiste na doação das águas do manancial Milhã para uso da população. Em contrapartida, o governo municipal deve realizar a manutenção periódica da represa. Até o fechamento desta edição, O Semanário não havia localizado a proprietária da Fazenda Milhã para que ela se posicionasse sobre o assunto.
Rafard
De acordo com informações da Divisão Municipal de Água e Esgoto (DMAE), após investimentos feitos nos anos de 2013 e 2014, Rafard possui infraestrutura capaz de abastecer aproximadamente 15 mil pessoas. Atualmente, a cidade tem população estimada em quase dez mil habitantes. “E, nós contamos com poços semiartesianos, os quais podem, caso necessário, ser aprofundados”, explica o DMAE.
