A história da fundação e emancipação de nossa cidade, é assim por dizer, uma história profundamente humana, que, mesmo passados longos anos, continua no coração de cada um de nós, que com orgulho escolhemos esta terra para perpetuar nossas gerações.
Ao ler as linhas abaixo, irás conhecer um pouco dessa história…
Um homem de visão, extremamente empreendedor, culto e dedicado que embala seus sonhos, no plano de governo do Imperador D. Pedro II, no qual se incentivava a montagem de engenhos de açúcar em solo paulista.
Júlio Henrique Raffard, aproveita para tornar realidade seu sonho da construção de um engenho de açúcar nas terras de seu amigo, o Conselheiro Bernardo Avelino Gavião Peixoto.
Enquanto isso, imigrantes, deixam a terra natal e partem em direção ao eldorado, sonhando com dias melhores e aportam nesta terra tão querida e põem-se a trabalhar no Engenho Central, buscando construir a felicidade em uma terra acolhedora e hospitaleira, criando ao seu redor um povoado.
O lugar é rapidamente conhecido por a “Villa do Henrique Raffard” e trabalhadores desse engenho, impulsionam a economia, fazendo crescer o povoado.
E assim, a medida que a indústria de açúcar se desenvolvia, mostrando toda sua força, através dos resultados de boas safras, trazendo aos moradores, perspectiva de grande êxito, as construções de novas casas também iam desenvolvendo o povoado.
A construção da linha férrea para atender o escoamento do açúcar produzido pelo engenho, proporcionou a construção também de agrupamentos de casas, inicialmente na parte de baixo, e à margem da linha, onde nessa mesma época, nosso fundador, o Sr. Júlio Henrique Raffard, construiu o prédio sobradado, para moradia de sua família.
São desse mesmo tempo, a construção das casas também em estilo de agrupamento da Rua Tietê, que naquele tempo era conhecida por “Estrada de Tietê”.
Até 1930, existiam poucas ruas na pequena Villa do Raffard, que eram conhecidas nesse tempo como: rua do Correio, rua da Igreja e rua do Ruzza.
A rua Maurice Allain foi a primeira delas a receber a iluminação pública, bem como guias e sarjetas, o que evidentemente mudou seu aspecto, dando aos moradores, esperança de ver mais melhorias na Villa. Outras ruas, logo em seguida também começaram a receber a devida atenção de Capivari, que nesse tempo era quem administrava a Villa do Raffard.
E assim a Villa do Henrique Raffard, que mais tarde passou a se chamar apenas Villa do Raffard, começava a sonhar com sua emancipação e se tornar independente de Capivari.
Depois de grandes lutas, muitas lágrimas e suor para conseguir sua tão sonhada emancipação, finalmente o grande dia havia chegado e quem deu a notícia foi o cabeça do movimento, o Marechal da Vitória, Genaro Vigorito, que voltava da Capital Federal, Brasília, onde acompanhou a votação que nos deu a tão aguardada vitória. Raffard havia se emancipado.
Fogos de artifício pipocaram nos ares, num som ensurdecedor, tal era a quantidade lançada nos ares ao mesmo tempo, enquanto Genaro e sua comitiva desfilava pelas ruas de Raffard. Foi uma verdadeira explosão de júbilo e alegria que tomou o povo, que é impossível descrever com palavras, tanta foi nossa emoção.
O povo se aglomerou de tal forma na Maurice Allain, que não havia espaço para tanta gente. A multidão de homens, mulheres, jovens, crianças, ia desde a Praça da Bandeira, até à frente dos sobrados dos irmãos Forti.
E assim, parabenizamos a todos os rafardenses, neste que é o 59º aniversário de nossa emancipação, data em que comemoramos a mais linda página da história de nossa cidade.
