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Paróquia Nossa Senhora de Lourdes comemora 100 anos em Rafard

A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Rafard, realiza nesta quinta-feira (22), a Celebração Jubilar em comemoração aos 100 anos.

O Bispo Diocesano de Piracicaba, Dom Devair Araújo da Fonseca, presidirá a celebração, marcada para as 19h30, na Igreja Matriz.

Segundo o pároco, Pe. Vicente Batista de Paiva, a data marca o Jubileu de Jequitibá da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

A igreja se deu em meados de 1908, onde era conhecida pelos católicos que frequentavam as missas como “Capela de Santo Antônio de Villa Raffard”.

A construção da capela, que não conseguiu ser concretizada sem que primeiro fossem postos à prova o valor, a firmeza e o amor daquela brava gente que a ergueu, guarda na sua estrutura do início do século XX um lindo valor histórico, e ressalta a curiosidade de ser mais velha do que a emancipação de Rafard e quase mais antiga do que a própria cidade.

No livro “Vida Social e Política de Rafard” (Silveira Rocha, 1987 – Rafard), a criação da Paróquia está registrada em 04 de dezembro de 1922, porém nos documentos da Arquidiocese de Campinas, foi verificado que a data correta é de 22 de dezembro de 1922, onde Dom Francisco de Campos Barreto criou canonicamente a Paróquia de Rafard, sob o nome de Nossa Senhora de Lourdes.

História

Paulino Galvão de Almeida França, doador do terreno onde a capela teve sua construção arquitetada, impôs apenas uma condição para doar o terreno.

O desejo era exclusivamente para que se edificasse uma igreja no local. Foi estabelecido um prazo para essa obra, e ele parecia relativo aos esforços dos trabalhadores.

Porém, construir uma igreja sem dinheiro não era tarefa que se realizasse facilmente naquela época, ainda mais carente da tecnologia que existe hoje.

Apesar de todo o esforço empregado pela comissão criada para se dar cobertura ao empreendimento que estava por vir, não parecia possível o cumprimento da palavra que lhe foi empenhada.

O tempo determinado estava acabando e a obra do pequeno templo apenas se iniciara e, paralisada, acarretava preocupações aos seus responsáveis.

Houve, então, um notável desdobramento de esforços por parte também da população católica da vila.

De maneira expressiva o povo se dedicou à campanha dos “mil réis”, que objetivava juntar fundos para o término da Capela, a fim de que, na data preestabelecida, estivesse pronta ou, pelo menos, em situação de receber os fiéis para o primeiro ato litúrgico.

A condição foi esta, imposta por Almeida França à comissão de obras, cujo presidente era o senhor Pedro de Oliveira: Se a primeira missa não fosse rezada no dia do término do prazo (uma espécie de contrato verbal que existiu entre os dois), tornava-se sem efeito a doação do terreno.

Ele queria estar certo de que para outro fim não se destinaria essa sua ajuda à religião que adotou.

Então, o prometido foi cumprido. Não sem sacrifício, não sem maldosas falas, cruéis críticas, duras calúnias.

Não sem que, como de início foi ressaltado, fosse postos à prova o valor do homem ou do cristão sincero.

As obras foram muitas vezes suspensas por falta de material. Só em novembro de 1909, quase 1 ano depois, retomaram impulso.

Elas estavam aos encargos do Sr. Luiz Soncin, que segundo informações chegou a gastar dinheiro do próprio bolso para que a Igreja fosse concluída dentro do prazo marcado.

O tempo urgia e era muito curto. Até então, tinha-se levantado apenas alguns metros das paredes laterais.

Nessa situação a tentativa estava estagnada, e assim esteve muito tempo, quando a preocupação tomou conta das famílias católicas. O ano de 1911 chegou e a obra continuava interrompida.

Naquele tempo, palavra era palavra e o Sr. Paulino Galvão de Almeida França não parecia disposto a faltar com a sua. Não concluíssem a Capela e a sua doação perderia o efeito.

Então, listas pedindo donativos percorrem a Vila, grêmios dramáticos encenavam peças, leilões eram feitos e o produto destinado à “Comissão de Obras da Capela”.

O dinheiro arrecadado não bastava para assegurar o término das obras. A preocupação continuava rondando os católicos da Vila, em sua maioria italianos, que de maneira nenhuma pretendiam deixar escapulir a oportunidade de ver na terra, que passara a ser a sua, edificada a Igreja que tanto careciam para a prática de meditação íntima com Deus.

Os músicos da banda do Sr. Ângelo Carnevalli, “Corporação Musical Giuseppe Verdi”, durante um tempo (aos domingos, dias santos e feriados), percorreram o povoado executando “dobrados” e algumas peças musicais, valsas, maxixes, angariando, assim, mais dinheiro com o qual contribuíssem para a feitura da Capela.

Depois de tanto tempo, finalmente, a promessa se cumpriria. Um padre vindo de Piracicaba rezou a primeira missa no dia marcado pelo Sr. Paulinho Galvão de Almeida França. Um grande e festivo dia para a “Villa Raffard”, um dia tão expressivo que perdurou até hoje, dando a ideia de sua importância à gente dessa cidade.

A elevação da paróquia de Rafard (desmembrada da paróquia de São João Batista de Capivari) se deu no bispado de D. Francisco de Campos Barreto, em 04 de dezembro de 1922, sob o orago (santo que dá nome a uma capela) de Nossa Senhora de Lourdes.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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