Capivari

Proximidade com o verão faz alerta contra enchentes crescer

 

Moradores de Capivari e Rafard se habituaram a uma triste rotina nos últimos anos: as fortes chuvas que costumam cair no verão causam estragos e muitas famílias perdem seus bens e ficam desabrigadas. À medida que a estação mais chuvosa do ano se aproxima, cresce a preocupação da população, que não espera reviver cheias como as de 2009 e 2010.

 

“Foi horrível”, lembra a dona de casa Luzia Araújo. “Nunca vi tanta tristeza como durante aquelas inundações.” Ela é uma das centenas de pessoas que tiveram de abandonar suas casas.

 

Ao longo deste ano, entre as ações para evitar novos desastres em Capivari, destaca-se o desassoreamento dos córregos Chiquinho Quadros e Lava Pés, além da criação do Plano Municipal de Redução de Riscos, pensado com o propósito de eliminar ou ao menos reduzir ao máximo os impactos negativos resultantes de fenômenos ambientais, de acordo com a Prefeitura.

 

Segundo o governo municipal, a construção e substituição das pontes dos córregos Chiquinho Quadros e Água Choca, respectivamente, mais os trabalhos de desassoreamento, garantirão maior vazão das águas e a consequente redução das enchentes.

 

Na Vila Balan, de onde diversas famílias que viviam em Áreas de Preservação Permanente (APPs) foram retiradas – elas receberam casas no Jardim Santa Teresa D’Ávila –, mudas de árvores nativas foram plantadas. A medida, garante a Prefeitura, contribuirá para recuperar a mata ciliar e evitar futuras invasões. “As margens pertencem aos rios e córregos e todos aqueles que invadem este espaço estão sujeitos às inundações”, ressalta a Prefeitura.

 

Caso ocorram novas enchentes, o governo municipal sabe que o número de vítimas tende a ser menor do que nos últimos anos. Isso porque, com a construção das 323 casas no Jardim Santa Teresa D’Ávila, parte das famílias que viviam em áreas de risco, como no Moreto e Vila Balan, se mudou para um local seguro.

 

O governo municipal, porém, não possui uma estimativa do número de áreas sujeitas a novas cheias e, consequentemente, de pessoas que podem ser atingidas. As informações estão sendo levantadas por membros do Plano Municipal de Redução de Riscos. O grupo é composto por coordenadores, secretários e engenheiros da administração que, de acordo com a Prefeitura, efetuam trabalho “in loco” para atualizar o mapeamento das áreas de risco e, com base neste levantamento, as famílias poderão ser orientadas e as medidas cabíveis tomadas, conforme orientações do Ministério Público.

 

 

 

Rafard

 

São 30 as famílias vivendo em áreas sujeitas a inundações no município, de acordo com o chefe da Divisão de Engenharia da Prefeitura, Paulo Thomás Rossi. Ele explica que ambas moram em residências construídas em APP, no bairro Canta Sapo.

 

A retirada dessas pessoas da área de risco é a medida necessária para evitar que elas sofram com novas enchentes, defende Rossi. Isso, no entanto, envolveria ações de desapropriação dos imóveis. “Daí seria um dilema: qual o valor justo por uma área inundável onde não pode haver qualquer tipo de edificação. O valor seria irrisório, o que acarretaria em enormes prejuízos aos proprietários”, diz o chefe da Divisão de Engenharia.

 

Segundo ele, a Prefeitura tem buscado recursos junto aos governos estadual e federal para a aquisição de terreno e construção de moradia para as famílias que vivem em APP.

 

Rossi diz que os índices pluviométricos em 2009 e 2010 foram acima da média. “Para este ano, não esperamos que isso ocorra. Mas, se houver inundações, as famílias serão abrigadas em local adequado”, afirma.

 

 

 

População também

 

pode contribuir

 

Com atitudes conscientes, como não jogar lixo nas ruas, córregos, margens de rios ou áreas verdes, os cidadãos contribuem para evitar a ocorrência de enchentes. Em Capivari, de acordo com a Prefeitura, ações educativas são constantes.

 

Entre as atividades desenvolvidas estão: distribuição de panfletos e cartazes de conscientização sobre preservação do meio ambiente, fixação de adesivos com a mensagem “Lixo é no lixo” e instalação de lixeiras especiais para separação de materiais recicláveis nas escolas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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