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Raízes!

28/04/2017

Raízes!

Colaborador: Junior Quibao, rafardense
Colaborador: Junior Quibao, rafardense

ARTIGO | A arte, por intermédio dos verdadeiros artistas tem o dom de retratar a vida, o momento e os sentimentos, nos fazendo muitas vezes viajar com nossa mente para este momento retratado por ele, seja uma foto, uma pintura realista e até uma abstrata, pois naquela obra está a visão e a alma do artista, do retratado ou do momento!

E vendo uma obra dessas meu pensamento viajou, mesmo sendo uma tela feita para um movimento de trabalhadores como uma forma de protesto na Itália, fui de encontro aos meus antepassados, acompanhei sua chegada aqui ao Brasil, pude até em silêncio conversar com eles. Saber de seus medos do mergulho no desconhecido, deixando parte de suas famílias na antiga pátria, o idioma que não conheciam, e por essa dificuldade os sobrenomes mudaram sua grafia, ou por falta de entendimento, ou má vontade de um funcionário que olhava com desdém aqueles “esfarrapados” que estavam vindo “fazer a América”, os costumes sejam culturais ou até alimentares, o clima, já que vinham de um lugar onde nevava no inverno.

A obra retrata bem esse momento, pois mesmo com todas essas dúvidas, o Patriarca em primeiro plano demonstra a firmeza que meus antepassados tiveram, mantendo o sustento da família ao custo de muito trabalho e economia, a esposa com o bebê no colo, é com sua graça e leveza o alicerce da construção de um novo lar nessa terra distante, mesmo em uma posição aparentemente secundária, foram elas que mantiveram essas famílias agregadas, criaram os numerosos filhos, que se tornaram cidadão dessa sua nova terra.

Desse mergulho no desconhecido uma boa parte prosperou, ao custo de muito trabalho e economia, aliás por essa economia muitos eram tidos como pão duros, mas só que passou pelas dificuldades que eles passaram dão valor para cada centavo ganho. Mas nossos antepassados não vieram “buscar” somente, eles também trouxeram, nosso pais ganhou muito de sua cultura e costumes, principalmente na culinária, que no caso de meus antepassados era a italiana, lembro das massas que minhas nonas faziam, era trigo, ovos, água e amor, amor esse marca registrada das mamas italianas, e que ainda, mesmo depois de gerações é marca em nossas famílias.

Enfim, foram sentimentos e lembranças, de algo que não vivemos, ou sentimos, mas que fazem parte de nosso DNA, e foram aflorados por essa obra, da qual gostaria de saber o autor e render minha homenagem por me levar para uma viagem no tempo em busca de minhas raízes.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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