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Tecnologia científica no combate às drogas

Gillys Esquitini Scrocca - Delegado de Polícia, advogado, professor, radialista e colunista capivariano

Nossos policiais poderão contar, em breve, com um aparelho eletrônico que atua como cães farejadores na localização dos entorpecentes. O equipamento foi desenvolvido na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) buscando fazer um protótipo menor do aparelho.
O estudo adapta um equipamento já utilizado atualmente para a medição da umidade e da quantidade de poluentes no ar para que ele pudesse também identificar a presença de drogas, utilizando o chamado sensor piezelétrico, que é munido de um cristal de quartzo com um eletrodo de ouro por cima.
Para a identificação das drogas, é inserido um modificador químico no eletrodo. Para cada droga precisa de um modificador com um cristal. Se a droga interagir com o modificador, ela vai grudar no modificador e aumenta a sua massa, causando uma oscilação . Se ela oscilar, tem droga no local.
O aparelho identifica a existência das drogas a partir de uma concentração mínima no ambiente. Essa quantidade é invisível a olho nu.
Tanto a maconha quanto a cocaína passam por um processo de evaporação natural, soltando partículas no ar. Por isso, o equipamento funciona melhor em áreas fechadas, onde normalmente as drogas são guardadas (quartos, carros, malas), locais sem ventilação elevada. Em áreas abertas, com mais ventilação, a abrangência do equipamento fica menor.
A evaporação da droga para que ela se torne identificável no ar, entretanto, depende da embalagem feita quanto mais coberta e bem embalada a droga, mais difícil a identificação. Por isso, pequenas quantidades soltas podem ser identificadas mais facilmente do que diversos quilos bem embalados.
Como o limite mínimo de identificação do aparelho é muito pequeno, até mesmo resquícios deixados pelo manuseamento do lado de fora da embalagem ou no local onde ela foi feita podem denunciar a presença da droga ou pelo menos que ela passou pelo local, o limite de detecção que vai fazer com que o aparelho encontre ou não. É a quantidade disponível no ar, e não a que tem no local.
Além da utilização para a apreensão de entorpecentes, o aparelho também pode ser utilizado na identificação do consumo de cocaína por caminhoneiros, que a usam como estimulante. Poderia funcionar como um bafômetro nesse caso, com a diferença de que não é preciso que a pessoa forneça uma amostra basta chegar próximo com o equipamento.
Pretende-se fabricar um protótipo de cerca de vinte centímetros com abrangência aumentada, fazendo com que ele identifique os diversos componentes que são comumente adicionados à cocaína – como álcool, anfetaminas, cafeína e xilocaína relevante para rastrear a droga, fornecedor , forma que é batizada.
Estamos aguardando essa ferramenta científica e de alta tecnologia para melhorar nosso trabalho de combate incessante contra as drogas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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