ArtigosJ.R. Guedes de Oliveira

Um monumento chamado grupo escolar “Augusto Castanho”

Uma das mais belas edificações de Capivari, encravada na rua XV de Novembro, com esquina da rua Barão do Rio Branco, tinha um soberbo nome de Grupo Escolar “Augusto Castanho”.

Demolida já nos primórdios de 60, pela então administração municipal de Miguel Simão Neto, reporta-se, sem a menor sombra de dúvidas, um centro de educação fundamental de rara qualidade. Comprovadamente, uma das instituições mais célebres do nosso país, em vista da formação educacional de qualidade maior dentro da pedagogia de ensino, laborando o caráter e a instrução de seus alunos.

Passei por esta escola de ensino, entre os anos de 1951 a 1957, tendo como última professora a distinta D. Ester Annicchino Pagotto – figura extraordinária, sempre motivada pela sua convicção de dar o melhor de si ao aprendizado de seus alunos.

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Grupo Escolar “Augusto Castanho” (demolido) no cruzamento das ruas XV de Novembro x Barão do Rio Branco

Grupo Escolar “Augusto Castanho” (demolido) no cruzamento das ruas XV de Novembro x Barão do Rio BrancoMas reporto-me, especificamente, no ano de 1954, que me marcaram sobremaneira na memória: a comemoração do 4º. Centenário de Fundação de São Paulo (25 de janeiro), falecimento do meu pai (20 de fevereiro) e o suicídio de Getúlio Vargas, (24 de agosto).

Mas fiquemos com as coisas alegres: o 4º. Centenário da Cidade de São Paulo. Foi uma festa esplêndida, nas dependências da escola. Lembro-me, nitidamente, do colega José Annicchino (pai), tocando na sanfona a música alusiva ao 4º. Centenário. Ficou-me na memória aquela apresentação, num palco montado nas dependências do pátio da escola. Todos os alunos da instituição estavam presentes e, de início, cantando o Hino Nacional e os louvores à Escola e Professores. Maravilhoso, diria!

Seguimos a nossa vida e não mais tive qualquer notícia sobre o José Annicchino, de minha mesma idade. Sei que, após formado em medicina, se estabeleceu em Piracicaba, estando lá até aos nossos dias. Decorrido cerca de 70 anos sem qualquer contato.

De outros alunos escolares, guardo a imagem, mas a feição mudou, é claro. Ficamos mais velhos e emotivos. Lembranças nos chegam a cada instante. Coisa da idade.

Casal Theodora e Augusto Castanho

Casal Theodora e Augusto CastanhoEste Grupo Escolar “Augusto Castanho”, começou a funcionar em 12 de julho de 1908, como somente Grupo Escolar de Capivari. Com o falecimento do professor e pedagogo Augusto Castanho, em 1910, demorou algum tempo para que fosse a referida casa de ensino denominada Grupo Escolar “Augusto Castanho” (foi em 1935) e realocado na década de 1950 para Escola Estadual “Augusto Castanho” e, com várias alterações, passou-se a ser Escola Municipal “Augusto Castanho”, que está em vigor nos dias atuais.

A trajetória do ensino fundamental em Capivari e algumas cidades da região, como Piracicaba, foi grandemente descrita na monumental obra “A expansão da Educação Escolar no Município de Capivari na transição entre os séculos XIX e XX”, de Leandro Fernandes de Barros, tese esta de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Humanas da UNIP, 2020. E aqui, faço uma sugestão para a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para a publicação desta obra, a fim de que todos possam conhecer a trajetória do ensino na região de Capivari, com seus dirigentes e professores empenhados na educação de ensino de qualidade e de alto nível.

O certo é que dessa casa de ensino saíram figuras proeminentes em todos os setores da vida humana. Hoje, com o mesmo impulso, a escola funciona na rua General Osório, esquina com a rua João Vaz, solidamente dirigida e com um corpo de professores e funcionários levando a bom tento os desígnios maiores da educação de ensino na cidade.

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