Região

Incidência de acidentes com animais peçonhentos é baixa na região

A matéria sobre animais peçonhentos veiculada no último domingo pelo Fantástico, da Rede Globo de Televisão, deixou muita gente preocupada com os acidentes com animais peçonhentos.
Mas ao contrário do que se pensa, a região compreendida pela Central de Atendimento a Acidentes com Animais Peçonhentos, na Santa Casa de Capivari, registra pouquíssimos casos.
A Santa Casa é o centro de referência para atendimento a acidentes com cobras, escorpiões e aranhas nas cidades de Capivari, Rafard, Mombuca e Elias Fausto. Segundo informações do departamento que presta esse socorro, o soro antiofídico chega a vencer devido à quase inexistência de casos, que são mais verificados durante a safra, entre os trabalhadores da lavoura de cana-de-açúcar.
Apesar da preocupação natural de toda pessoa, os acidentes nessa época do ano, entre o outono e o inverno, costumam ser bem menos frequentes. Os motivos são a menor busca por locais de matas, o uso de roupas mais compridas que protegem as partes inferiores do corpo e porque esses animais ficam num estado de hibernação, mais reclusos e com pouca movimentação.
Entre os meses de novembro e março, os mais quentes do ano, é que esse número de acidentes aumenta. Dados do Instituto Butantan, órgão de pesquisa vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, mostram que o aumento de acidentes com cobras, escorpiões e aranhas chegam a 80%.
O calor é o principal responsável pelo aumento de incidentes, pois a população está com mais partes do corpo descobertas, e aproveita o tempo ao ar livre, em passeios a parques e trilhas. Já os animais – mais dispostos e em busca de alimento – saem das tocas. “Durante o verão, quando as cobras têm seus filhotes, o metabolismo fica mais acelerado, por isso a procura por alimentação é mais intensa”, explica Giuseppe Puorto, biólogo e diretor do Instituto Butantan.
Por isso, mesmo nos meses de menor incidência de acidentes, é importante se proteger e prestar muita atenção, principalmente com os membros inferiores. A maioria das picadas de cobras acontece nos pés, pernas e em menor número, nas mãos. “Répteis preferem animais de pequeno porte, porém, ao se sentirem ameaçados atacam as pessoas, mesmo que a vítima nem os tenha visto”, fala o biólogo.
Para se proteger dos ataques é importante utilizar botas e deixar os membros cobertos ao se aventurar em locais onde possa haver animais peçonhentos, para que a pele não seja atingida. No caso das mãos, é importante deixá-las sempre próximas ao tronco, e não soltas ao lado do corpo para evitar a picada.
O acidentado, além dos primeiros socorros corretos, deve ser encaminhado imediatamente ao Pronto Socorro da Santa Casa de Capivari.
Se possível, o animal que provocou o acidente deve ser levado junto a fim de ser identificado para a melhor aplicação dos cuidados necessários.
Durante o atendimento, o acidentado passa por uma avaliação, é feito o prontuário médico e após esses procedimentos, ele passa por uma série de exames laboratoriais que deverão indicar a aplicação correta do soro antiofídico.
Há casos de acidentes onde o soro não é necessário e o paciente fica apenas em observação, sendo liberado após apresentar melhora.

Outros cuidados
No domingo, no Fantástico, a reportagem com o médico Dráusio Varella mostrou algumas medidas que se devem e outras que não se devem adotar em casos de acidentes com animais peçonhentos. Ao contrário do que muita gente pensa, fazer torniquetes ou cortes no local das picadas, pode piorar, e muito, a situação. Além de não trazer benefícios à vítima, um torniquete pode agravar um quadro de necrose, ou no caso dos cortes para tentar extrair o veneno, espalharem-no ainda mais pelo organismo.
Depois de um acidente, o ideal é lavar o local com água corrente e sabão e encaminhar a vítima para o posto de pronto-atendimento mais próximo. O trajeto deve ser feito com muita calma, pois a agitação faz com que o veneno se espalhe mais rapidamente. O acidentado e os socorristas devem ficar calmos, manter o local da picada imóvel e evitar sobressaltos.

Lixo
Escorpiões e aranhas também põem medo na população. Porém, ao contrário do que se pode pensar, esses animais não aparecem apenas em áreas rurais. Nas cidades, o aparecimento está fortemente ligado à sujeira produzida. Frestas de blocos, lixões, pneus velhos, latas e qualquer tipo de entulho ou objetos podem servir de abrigo.
De uma forma bem simples, no entanto, é possível evitar encontros desagradáveis com aracnídeos: evite o acúmulo de entulhos no quintal.
Outra coisa importante é sempre checar objetos que possam servir de esconderijo para esses animais e que são muito utilizados no dia-a-dia, como calçados e bolsos de roupas. (Fonte: Agência Hélice)

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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