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Justiça determina a venda de obra de Tarsila do Amaral por R$ 42,5 mi à vista

Confiscada pela Justiça de um empresário falido, a obra “A Caipirinha”, de Tarsila do Amaral (1886-1973), será colocada à venda nas próximas semanas por um preço de R$ 42,5 milhões.

O pagamento, segundo a decisão da juíza Melissa Bertolucci, deve ser feito à vista. A tela é considerada como um dos ícones do movimento modernista. Foi feita por Tarsila em 1923, um ano após a Semana de Arte Moderna.

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Obra A Capirinha de Tarsila do Amaral (Foto: Reprodução)

“A Caipirinha” pertencia ao empresário Salim Taufic Schahin, envolvido no escândalo da Lava Jato. Ele era um dos sócios do grupo Schahin, que faliu em março de 2018, com dívidas estimadas em R$ 6,5 bilhões.

Desde 2015, Salim é alvo de um processo de cobrança por parte de 12 bancos, entre os quais o Itaú e o Bradesco, que exigem o pagamento de uma dívida avaliada hoje em cerca de R$ 2,3 bilhões.

A obra de Tarsila do Amaral, assim como outros bens de Salim, foi penhorada nesse processo e o valor obtido pela venda será utilizado para minimizar o prejuízo dos bancos. Carlos Schahin, filho do empresário, tentou impedir o confisco da tela, alegando que comprou o quadro do pai em 2013, antes mesmo da cobrança feita pelos bancos.

Como prova, apresentou um instrumento particular de compra e venda segundo o qual pagou R$ 240 mil ao pai na ocasião. A Justiça considerou que o negócio foi uma simulação. O perito Cezar Roberto Olandim avaliou o quadro em R$ 42,5 milhões.

“A obra encontra-se em bom estado de conservação, porém sofreu um processo de reentelação, que trata-se da aplicação de uma nova tela no verso da original”, disse o perito em seu relatório.

Por conta disso, segundo ele, informações importantes, tais como como manuscritos e dedicatórias, podem estar ocultados. No ano em que a obra foi feita (1923), Tarsila passava uma temporada em Paris com seu namorado, o escritor Oswald de Andrade.

Em carta enviada à família, disse: “Quero, na arte, ser a caipirinha de São Bernardo [fazenda onde a artista nasceu, à época distrito de Capivari, hoje Rafard (SP)], brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando”. O quadro era “A Caipirinha”.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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