Em meio a uma crescente onda de casos de dengue que coloca Rafard no topo das estatísticas regionais, a Câmara Municipal se tornou palco de críticas contundentes à gestão da crise pela prefeitura. Na última terça-feira, 2 de abril, o vereador Luis Fernando Zape expressou sua insatisfação com a forma como o município vem lidando com a epidemia, apontando lacunas significativas nas estratégias de prevenção e controle da doença.
A contratação de uma empresa para realizar visitas domiciliares, visando à eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, gerador da dengue, foi questionada por Zape. O vereador destacou a ineficácia das visitas, que não foram programadas para os finais de semana — período em que os residentes estão mais propensos a estar em casa. Essa falha de planejamento deixou muitas residências sem inspeção, incluindo a do próprio Zape, que salientou o descontentamento popular com essa abordagem.
Além disso, o presidente do Legislativo apresentou um requerimento para que a prefeitura esclarecesse detalhes sobre o cronograma de ações, a empresa contratada, os custos envolvidos, o defensivo utilizado e os estudos que comprovam sua eficácia.
A situação da saúde pública em Rafard também foi alvo de críticas pelo vereador, que citou reclamações sobre a dispensa de pacientes da Unidade Básica de Saúde (UBS) sem a realização do teste de dengue, além da falta de soro para tratamento. Tais problemas foram vistos como evidências de uma administração municipal que Zape descreveu como “incompetente e omissa”.
O debate se estendeu à questão do Clube Social Esportivo Rafard (CSER), cuja piscina, já mencionada por Zape em julho de 2023 como um foco potencial de proliferação do mosquito da dengue, permanece sem as devidas intervenções de limpeza. Na sessão passada, o vereador também tinha criticado a falta de cuidado e manutenção da piscina do Centro Esportivo Reinaldo Fontolan, que acumulava água e muita sujeira, como copos, marmitex vazios e outras coisas.
A negligência na fiscalização de espaços públicos e privados foi criticada pelo vereador, que enfatizou a responsabilidade do poder público em dar o exemplo na manutenção de suas próprias áreas. “O Centro Esportivo Reinaldo Fontolan continua do mesmo jeito e os responsáveis pelo CSER só foram notificados para fazerem alguma coisa no dia 27 de março deste ano, quando os casos de dengue já haviam eclodido na cidade”, reforçou.
A manifestação de Zape encontrou eco nas palavras do vereador Luiz Antonio Ferreira Brito, que apontou a Vigilância Sanitária local como lenta e mal preparada para enfrentar a doença de forma eficaz.
“Este cenário desolador em Rafard ressalta a necessidade urgente de uma revisão nas estratégias de combate à dengue, demandando da administração municipal uma resposta rápida e eficiente para conter a crise que não só afeta a saúde pública, mas também mancha a imagem da cidade perante a região, que foi notícia até na EPTV nesta semana. É vergonhoso!”
