Opinião

A Ciência: satisfação e preocupação

01/08/2014

A Ciência: satisfação e preocupação

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

A ciência coloca a vida humana num paradoxal preocupante. Com objetivos auspiciosos, Indefiníveis, conduz o mundo para consequentes impasses catastróficos que se aceleram em proporção geométrica. Desde o século 18 com Francis Bacon e depois com John Locke, e então com a plêiade: Rousseau, Montesquieu, Diderot, Voltaire e outros filósofos e cientistas descobriram, ou melhor, pensaram ter descoberto, pelo experimentismo e liberalismo, as causas de todos os fenômenos da natureza, e, que as leis naturais esclarecem toda a natureza, sem segredo. Numa revolta contra os abusos da religião e da política, que é fato, cometiam, chegaram a extremos. Colocaram a razão, a capacidade do homem, no lugar de Deus. O racionalismo endeusou o homem e subumanizou Deus. Agora a capacidade humana é capaz de resolver todos os problemas e dar ao homem a felicidade, paz, saúde e eternidade (sem hipérbole). A partir da Renascença, do ocaso da Idade Média até décadas da Moderna, impulsionada pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutemberg, as ciências naturais obtiveram uma série de ininterruptas vitórias “para espancar as trevas da ignorância quanto ao Universo e às leis que o regem” (O Despontar de Uma Nova Era, p. 9). O Iluminismo francês levou a França, em 1789, para a “hecatombesca” revolução. Além da guilhotina que decepou tantas cabeças tingindo de sangue o rio Sena; muitos sacerdotes e religiosos morreram, além da realeza, porém, 80% da mortandade foram pessoas do povo. Voltaire, famoso filósofo, odiava os cristãos e entre eles, os mais inteligentes deviam ser torturados e queimados vivos. Ele disse: “Os homens jamais serão livres enquanto o último padre não for enforcado na tripa do último rei”. (Hist. da Civ. Ocid, v.1, p. 553. Esses filósofos cientistas odiavam o homem comum, torturavam e matavam os religiosos cultos.

Desse movimento cultural, iluminado, surgiram o materialismo, o ateísmo, o evolucionismo, deu força ao panteísmo; surgiu também o Nihilismo. Nietzsche afirmou: “Deus morreu”. Pasmem, quem morreu foi Nietzsche! Em 1850, Charles Darwin escreveu A Origem das Espécies, impulsionando o evolucionismo.

Deste tempo em diante houve um avanço espetacular nas ciências, mas desde o seu nascedouro, a ciência trouxe más consequências, apreensões, doenças e destruição da vida. Não somos e nem podemos ser contrários às ciências, porém temos de clamar contra os usos e abusos de suas descobertas que vão contra a vida e contra o equilíbrio do nosso habitat e de nossa ecologia. Voltaire, considerado o maior proclamador da liberdade individual e de expressão, no qual hoje se embasa a força da mídia atual, foi um dos cruéis perseguidores daqueles que não se lhe coadunavam. Homens de aguçado tino inventivo não deixaram escapar a oportunidade de auferir lucro do que se faz nos laboratórios. Cientistas renomados, às porções, em todas as ciências, defenderam e publicaram teses e descobertas; ganharam títulos, obtiveram dinheiro e prêmios, além de ter o seu trabalho publicado em revistas especializadas e elevada consideração, foram depois, desmascarados como fraudulentos. Foram despublicadas. De 2047 despublicações mais de 1500 foram por má conduta dos autores. Quem não se lembra da famosa fraude do “Homem de Piltdown”, que pretendia provar que o macaco é nosso ancestral? Há um livro bastante volumoso sobre “As Fraudes da Ciência”.

A Bíblia nos instrui: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor” Jer 17:5.

Deus dá sabedoria aos homens para que busquem conhecimento científico para o melhoramento da vida, mas os mistérios vão além da capacidade humana, poderão pesquisar pelos séculos intermináveis. Temos de reconhecer, Deus é Criador de todas as coisas, Sua mente é inescrutável – é infinito e onisciente, mas é bom para conosco!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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