Opinião

Biografias – Dom Pedro II

16/11/2015

Biografias – Dom Pedro II

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

Dom Pedro II, assim como seu pai e seu sobrinho, chamava-se Pedro de Alcântara. Como seu pai tinha 18 nomes, ele tinha 17: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Áustria. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 2 de dezembro de 1825 Como seu pai deixou o trono nas mãos do ainda infante D. Pedro antes de completar 6 anos, foi nomeada, em 1831, uma Constituinte de seis deputados regentes para governar o Brasil. Essa Constituinte recebeu uma pauta de orientações escritas principalmente por José Bonifácio, tutor de D. Pedro.

Sua mãe D. Leopoldina morreu quando ele tinha 1 ano de idade. D. Pedro 2º teve uma infância triste e solitária, entre as intrigas palacianas, foi educado com o senso de dever e devoção ao seu país, para governar, dirigir o exército e apaziguar o Brasil. Foi educado para ser o comandante do exército contra o Paraguai, Uruguai e Argentina. Governou o Brasil por mais de meio século. Sua primeira professora, a camareira D.

ariana Carlota Magalhães Coutinho, condessa de Belmonte. Teve diversos mestres e aprendeu vários idiomas, música, dança, geografia, literatura, ciências naturais, pintura, equitação; tornou-se músico, poeta, compositor, historiador, amigo dos cultos. Tudo sob o comando de José Bonifácio e mais tarde do Marquês de Itanhaém, Manuel Magalhães Coutinho. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo estudando em preparação para imperar, conheceu momentos breves de alegria e poucos amigos de sua idade. Suas experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período tiveram grande impacto na formação de seu caráter. Pedro II cresceu para se tornar um homem forte, tornou-se bom espadachim, cumpridor do dever e devoção um verdadeiro líder do seu povo. Por outro lado, ele ressentiu-se cada vez mais de seu papel como monarca.

Herdou o Império, após 9 anos de conflitos políticos, no limiar da desintegração, Pedro II transformou o Brasil numa potência emergente na arena internacional. O Brasil também foi vitorioso nos três conflitos internacionais (na Guerra do Prata – contra a Argentina, contra o Paraguai e contra o Uruguai) sob seu reinado, prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas. Foi coroado imperador no dia 18 de julho de 1841. Casou-se com a princesa napolitana Teresa Cristina Maria de Bourbon, com quem teve 4 filhos dos quais somente Isabel e Leopoldina sobreviveram. O erudito imperador conseguiu a reputação de vigoroso patrocinador do conhecimento, cultura e ciências. Ganhou o respeito e admiração de estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo e Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur, Jean-Martin Charcot, outros.

Ao assumir o governo, decretou anistia geral, restabeleceu o Conselho de Estado, pacificou as revoltas dos Liberais, Farrapos, a Praieira, incorporou-se no exército durante a guerra contra o Paraguai. No seu governo construiu as primeiras linhas telegráficas, a primeira estrada de ferro, facilitou a imigração, desenvolveu a educação no país. Foi nomeado como árbitro de litígios internacionais.

Influenciado pelos princípios iluministas, e quase imposição inglesa, acatou as leis em favor da abolição da escravidão num Brasil aristocrata e escravagista (Fim do Tráfico de escravos; Ventre Livre; Lei dos Sexagenários e a Lei Áurea em 13/05/1888 – assinada pela Princesa Isabel, que ocupava o trono em lugar de seu pai adoentado).

Com o findar da guerra contra o Paraguai, em 1870, surgiram levantes contra o império, foi criado o (PR) Partido Republicano, por influência do iluminismo, que, juntando à decadência política imperial, à enfermidade e envelhecimento de D. Pedro 2º, deflagrou-se o movimento pela proclamação da república em 15 de novembro de 1889. D. Pedro e sua família tiveram de deixar o Brasil em 24 horas. Em Portugal, em Porto morreu a imperatriz. D. Pedro participou de palestras e espetáculos, de arte em França. Com pneumonia, aos 66 anos, morreu no dia 5 de dezembro de 1891 em Paris. Seu corpo foi transladado para Lisboa, donde, em 1920 trouxeram para o Brasil e o depositaram na catedral do Rio de Janeiro, hoje em Petrópolis.

 

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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