Opinião

Foguinho

No banco, sob a árvore de nossa rua, sentavam vários aposentados amigos, que já disseram adeus a este planeta. Ali passavam a falar da vida, do tempo em que trabalhavam na Usina. Um deles, que no dia 13 de agosto reuniu-se àqueles companheiros foi Geraldo Lirani, que também atendia pelo apelido de Foguinho  herdado de sua cor ruiva.
Aquele banco, se é que banco de pedra tem sentimento, guarda lembranças do Foguinho. Com ele, ali, eu ficava horas a fio. Ele a falar de política, seu assunto predileto. Falava de suas atividades quando foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Rafard em duas legislaturas. Eu a ouvi-lo, pois era ele quem mais falava. Era inesgotável o assunto – Política. Falava do PMDB de Rafard de quem era presidente. Gostava de relembrar as discussões de projetos com colegas aprovando aqueles que eram melhores para Rafard.
Homem Simples, não passara das primeiras letras mas foi importante à política rafardense. Seu relacionamento com políticos da Capital paulista e de outros lugares era grande.: recebia sempre correspondência de deputados (algumas eu as lera) que decerto o consideravam o homem forte da política da Cidade Coração.
Quando dava uma pausa ao tema predileto queixava-se da saúde que desde um tempo esta descendo ladeira abaixo…
Estivemos juntos em passeios, em festa, em cerimônias do “Dia da Cidade”.Muito considerado sempre era convidado a tomar assento em uma cadeira à mesa de honra, o que não deixava de ser gesto louvável ao ex-presidente Geraldo Lirani.
Vez ou outra eu falava das tragédias que assolavam o mundo, da situação lamentável em São Paulo, os paulistanos vivendo com a corrupção , com a violência, com ladrões, com criminosos e com tantos outros acontecimentos, que estarão longe os seus duravam pouco, senão alguns minutos. Rafard lhe interessava mais.
Foi com um choque emocional que soube que Geraldo Lirani o nosso amigo Foguinho, partia para o desconhecido, para o céu o seu espírito e para a “Cidade do Silencio” São Judas Tadeu o seu corpo.
Em homenagem ao ex-vereador-presidente houve por bem a Edilidade—dd. homenagem que o seu “velório” acontecesse no saguão da Câmara. Lá recebeu o “ultimo adeus” de seus amigos. Estava de paletó e gravata, barba feita, de óculos (por sua vontade) preparado para a viagem sem volta.
Recomendou-o ao céu o Pároco de Rafard, padre Antonio Carlos D’ Alboux.
O banco de nossa rua, cofre inviolável das palavras do Foguinho, já está assim como eu , sentindo saudade de Geraldo Lirani.

Tenha–o Deus em sua glória.

Silveira Rocha

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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