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Maio Amarelo: A percepção do risco é fundamental para a preservação da vida

A conscientização realizada através da educação é fundamental para despertar na sociedade a percepção do risco. Quando uma criança é muito pequena, mas já está dando os primeiros passinhos os pais não tira os olhos dessa criança, estão a todo instante observando se vai tropeçar em algum obstáculo, se vai colocar algo na boca, se vai colocar o dedo em alguma tomada, se vai brincar com algum objeto que possa lhe causar algum tipo de risco.

Entretanto alguns desses pais muitas vezes ao transportar seu filho em um carro colocam-no em seu colo gerando um grave risco a essa criança, o que esses pais provavelmente não saibam é que no caso de uma parada brusca ou colisão frontal o seu corpo será projetado contra o seu filho na mesma velocidade em que o veículo esteja transitando, e ao se projetar sobre a criança o seu peso pode chegar vinte e cinco vezes maior que o peso natural, de sorte que a criança ficará prensada entre você e a fuselagem do carro, podendo causar graves lesões ou até mesmo a morte.

Os pais que tem seus filhos adolescentes ficam extremamente preocupados quando estes saem para a balada, e geralmente não se cansam de aconselhá-los com as seguintes frases: não se envolvam com drogas, não transem sem camisinha, não se envolvam em brigas, não bebam demais. Mas esses mesmos pais raramente lembram-se de aconselhar seus filhos sobre a necessidade de não pegar carona em um veículo que eventualmente esteja sendo conduzido por alguém embriagado.

O risco de uma gravidez não planejada é ruim, mas é algo que se resolve com o tempo, pois a partir desse momento todos provavelmente irão se preparar para a chegada daquela criança que apesar de não planejada certamente vai ser amada e até paparicada pelos mesmos avós que tanto aconselhou o filho ou a filha a evita-la.

O risco até mesmo de um envolvimento com drogas é muito ruim, mas pode ser reversível, no entanto o risco de um acidente grave em decorrência da embriaguez ao volante pode trazer consequências irreversíveis, como por exemplo, uma sequela permanente ou até mesmo a morte, e não haverá tempo de se preparar para enfrentar tal tragédia.

Entretanto há um fator ainda mais preocupante, eu sempre utilizo uma frase que não é minha, mas é muito oportuna, “mais vale um grama de exemplo, que uma tonelada de conselhos”, ou seja, não terá nenhum efeito prático o pai que aconselha o filho a não pegar carona com um amigo embriagado se ele mesmo dirige após algumas latinhas de cerveja.

Por falar em mau exemplo, muitas vezes uma criança que eventualmente durante uma campanha de educação para o trânsito, recebe orientações na escola sobre os riscos e as regras de trânsito, ao sair da escola vê o pai ou a mãe parado em fila dupla ou sobre a faixa de pedestre, sem utilizar o cinto de segurança, ou utilizando o telefone celular enquanto dirige, então ele pensa, porque vou me preocupar com os riscos do trânsito se os meus próprios pais não se preocupam?

Esse tipo de pensamento é extremamente recorrente, afinal a figura materna ou paterna é sempre alguém em quem o filho procura se inspirar. Por isso que a educação de trânsito nas escolas deve ser uma constância, e não de forma esporádica, de maneira que o aluno possa se conscientizar o suficiente para influenciar o comportamento dos pais e não o contrário.

A conscientização da percepção de risco é muito importante tendo em vista que as condutas inconsequentes no trânsito pode impactar negativamente a vida de outras pessoas, pode ainda levar uma pessoa de bem a cometer crimes, por condutas e hábitos que consideram banais, como por exemplo, entregar o veículo a uma pessoa não habilitada, ou mesmo dirigir após ingerir bebida alcoólica.

Portanto mais importante que se conscientizar sobre esse risco é multiplicar esse conhecimento para outras pessoas, pois quanto mais pessoas estiverem conscientes, mais segura estará a sociedade.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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