Opinião

Mas foi tudo um sonho…

18/07/2014

Mas foi tudo um sonho…

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Denizart Fonseca

Parte da população daquele país estava feliz por haver conseguido que nele fosse realizada a famosa Copa Mundial de Futebol, e esperançosa de mais uma vez, conquistar um belo troféu fundido em ouro. Considerando o tamanho do país, a Comissão Organizadora, uma vez sorteadas as seleções participantes, escolheu várias capitais de Estado onde seriam realizados os jogos. Os engenheiros e técnicos em construções desportivas, com apoio total da presidência e governadores do país anfitrião, em após várias reuniões com o presidente da FIFA (Órgão que comanda esse tipo de disputa) e seus assessores, dirimidas algumas duvidas pendentes, deram início as obras, marcaram a data, para que em tempo hábil fosse realizada a abertura da disputa. Um competente técnico assessorado por grande equipe a altura do compromisso assumido, além da preparação dos renomados atletas – alguns com fama mundial – deram início a rigoroso treinamento em região montanhosa, sob assistência de especialista em saúde física e mental, culinária e lazer, além de confortável acomodação e uso de trajes adequados ao clima. Várias dezenas de países se inscreveram e também começaram a convocar seus melhores atletas, evidentemente visando, se não o primeiro lugar, ao menos classificação na disputa.

Assim como havia contentes, havia descontentes com o que chamavam de gastos desnecessários, enquanto hospitais não atendiam os doentes por falta de médicos e medicamentos, além de enfermarias havendo muitos pacientes sendo atendidos em macas nos corredores.

Por serem contra um programa considerado desperdício de verbas por vaidade, os manifestantes saiam pelas ruas das grandes cidades em protesto, dando oportunidade para que terroristas e vândalos infiltrados, depredassem instalações bancárias e repartições do Governo, além de incendiarem dezenas de coletivos.

As polícias militares, civis e até as Forças Armadas foram convocadas para reprimir as ações terroristas, pondo na troca de tiros em risco vidas humanas. Protestos inúteis, uma vez que as verbas liberadas já estavam sendo aplicadas na construção das “arenas” e demais despesas. Não podemos deixar de citar a consideração e respeito que esse país obedecendo as Leis, dispensava aos seus símbolos como a Bandeira Nacional, o retrato da Pátria, era hasteada apenas em atos cívicos e o Hino Nacional sendo em pé e atitude respeitosa, cantado por crianças, jovens, adultos e idosos, demonstrando o elevado nível de amor a Terra em que viviam.

Os dirigentes das delegações assim como os jogadores de todos os Países participantes foram muito bem recebidos pelo povo, e alojadas nas cidades onde iriam competir. Após a cerimônia de abertura dos jogos, as torcidas organizadas, portando Bandeiras e faixas, tendo o rosto marcado pelas cores de seus países, assistiam gritando freneticamente nas ameaças de gol e muito mais alto e demorado quando marcado.

A Seleção do País hospedeiro, possuidora de excelentes e muito bem treinados jogadores, não teve dificuldade em derrotar seus adversários, inclusive um deles pelo escore de sete a um, sendo classificada para disputar o primeiro lugar, exatamente com a qual vencera facilmente, repetiu a façanha, agora por 1 a 0 sagrando-se Campeã e recebendo das mãos do Presidente do Pais perdedor, o magnífico troféu, enquanto outras autoridades entregavam aos atletas as medalhas de ouro conquistadas.

Foi impressionante e indescritível a demonstração de patriotismo apresentada por todo aquele povo que feliz, de Norte a Sul vibrou, esquecendo as mágoas, desavenças e mal entendidos, aplaudindo proferiu em altos brados elogio e gratidão ao Presidente, pretenso candidato a reeleição deve ter se considerado empossado. Esperamos que tenham entendido a sátira. Não foi bem assim, mas deveria e poderia ter sido…

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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