Opinião

Num instante a eternidade!

Rev. Tarcísio dos Santos Pastor da Igreja Metodista em Capivari-SP

Tive um professor no curso de filosofia que, durante uma aula da disciplina Teoria do Conhecimento, tratou o conceito eternidade, e uma das afirmações apresentada chamou a minha atenção. Isto porque na vivência do cristianismo, eternidade é perpétua e não tem fim. O desenrolar da aula nos conduziu a uma nova interpretação do conceito. Disse ele: “eternidade é o instante”! A pequena fração que liga o passado ao futuro, minúsculo, imensurável. Quando alguém consegue chegar a este instante, experimenta então a eternidade. Embora o assunto fosse tema de uma aula de cinquenta minutos, cito aqui para convidar o leitor a refletir sobre os escritos do evangelista Mateus referente à cena da crucificação e o instante em que Jesus entregou o Seu espírito nas mãos do Pai.
Voltando ao texto bíblico… “E, havendo-o crucificado”, podemos nos lembrar da cena. Jesus carregando a cruz, sendo lançado sobre ela, pregado nos braços e pernas e, posteriomente, sendo levantado. Estava ali o Senhor pendurado por pregos. O que ocorreu enquanto esteve vivo e pendurado faz parte da cena, mas não será objeto de nossa reflexão agora. Vamos direto ao instante em que…
“… Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito”. Mateus descreve o que aconteceu neste momento: “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; e abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos”. Tudo o que aconteceu é extraordinário ao entendimento humano, como é possível acontecer todas estas coisas a partir de um instante? O instante em que Jesus, o nosso Senhor e Salvador, entregou o seu espírito.
O véu rasgou, a terra tremeu e fenderam-se as pedras, eventos que, se não são compreensivos, são ao menos curiosos, e despertados por esta curiosidade podemos inferir que tudo isto somente foi possível porque, como disseram o centurião e os que com ele estavam: “Verdadeiramente este era Filho de Deus”.
O Filho de Deus veio, para num instante, assumir toda finitude humana e proporcionar aos crentes a eternidade. Eternidade iniciada no instante em que “entregou o espírito”, a morte de Jesus é o início da vida, que segundo João é a vida eterna: “… aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6:47b). Aceitar a morte de Jesus como a manifestação maior de amor é receber a vida e vive-la na eternidade.
Assim como na aula de Teoria do Conhecimento durante o curso de filosofia, em que o professor nos convidou a pensar na eternidade num instante, convido-o(a) a encontrar no instante a eternidade, e para isto basta aceitar, basta crer, basta receber o grande amor de Deus por você, conforme o famoso verso bíblico: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. No instante em que Jesus “entregou o seu espírito”, Ele nos trouxe a eternidade, eternidade que deve ser vivida segundo as promessas descritas pelo salmista, na vida de todos os que reconhecem e amam ao Senhor: “Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. / Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. / Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação” (Salmo 91:14-16).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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