Opinião

Qual é a fórmula mágica para evitar que tenhamos um futuro delinquente em casa? Existe?

Gillys Esquitini Scrocca - Delegado de Polícia, advogado, professor, radialista e colunista capivariano

Apontarei na presente coluna as dez maneiras de se formar um criminoso. Com base em estudo, na prática, essas regras são universais e cientificamente provadas. Destaca-se uma pesquisa feita pelo Departamento de Polícia de Houston, Texas (Estados Unidos), que tive o privilégio e oportunidade de conhecer de perto, então vejamos:
– Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando ele crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de dar-lhe o que deseja.
– Quando ele disser nomes feios (palavrões) e gestos obscenos, ache graça. Isso o fará considerá-los interessantes, satirizando, ignorando ou até repudiando a elegância, os bons modos e os bons termos.
– Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos 18 anos para que ele decida por si mesmo, pois ele já terá passado pelos primeiros dez anos de vida, onde o principal de sua personalidade já está acabado, terminado, concluído.
– Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas etc… Faça tudo para ele. Isso fará com que o seu filho não assuma a responsabilidade de seus próprios atos. Ou seja, aprenderá a jogá-la sobre os outros, enchendo a si mesmo de desculpas e atenuantes, socialmente destruidoras.
– Discuta com frequência na presença dele. Assim, não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde. Afinal, a família só é a célula da sociedade.
– Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser. Nunca o deixe conquistar dinheiro por seu próprio esforço: afinal, por que ele teria que passar pelas mesmas dificuldades que você passou?
– Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida, conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais e isso o faria discernir valores. O principal para que ele se torne um mau caráter é pensar que o que divide o bem e o mal é isto: o quanto de prazer tem ou não; e nada mais que isso.
– Tome o partido dele contra vizinhos, professores e policiais. Afinal, não importa o que digam dele, você tem certeza que todos os outros têm má vontade com seu filho, que é melhor e superior aos outros.
– Quando ele se meter em alguma encrenca, dê está desculpa: “Nunca consegui dominá-lo”. Somado aos outros itens, isso dará a ele um poder maravilhoso para tornar-se uma pessoa incrivelmente ousada para o crime.
– Quando seu filho chegar em casa com algo que você não lhe deu nem ele conquistou, diga-lhe que ele foi esperto, que o mundo é dos espertos. E, é claro, se alguém ferir seu filho, não investigue a razão, mas diga-lhes para fazer o mesmo. Não dialogue com seu filho pacientemente, nem vá até o local para reconhecer os fatos, nem fale para ele sobre perdão, hierarquia e coisas como admirar e ser confiável.
Falo com as duas experiências, ou seja: de pai e de delegado. É muito difícil tratar do assunto, pois, além do “habitat” do lar, do rigor das leis, temos as influências externas que podem contaminar a educação de nossos filhos nesse mundo em que vivemos.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?