Marcel Capretz

Quando Raí vai cair?

08/12/2017

Quando Raí vai cair?

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Todo profissional do futebol convive com uma instabilidade acima do normal. É claro que no mundo corporativo, por exemplo, também há pressão. Porém no esporte a pressão misturada com a paixão, somada ao imediatismo do resultado a qualquer preço, torna a situação muitas vezes insustentável em um curto espaço de tempo.

Alguns profissionais do mundo esportivo conseguem se segurar um pouco mais por conta do que já fizeram no passado. Mas até esses, se o ambiente pressionar e não for mostrada qualidade, não vão aguentar.

Coloco tudo isso para dizer que Raí chega para ser o novo diretor de futebol do São Paulo com os dias mais contados do que nunca. A questão aqui é saber quando haverá uma divergência de opinião retumbante com o presidente Leco a ponto de Raí pedir o boné e sair. Ou saírem com ele…

Admirei demais Raí como jogador, e como ser humano ele demonstra grandes e louváveis características de liderança. Mas ele está sendo alçado a esse cargo, que é tão estratégico no funcionamento do clube, apenas por seu capital simbólico, pelo que fez no passado como jogador. Ele será única e exclusivamente um escudo para o presidente.

Quando o ambiente apertar, e ele vai apertar muito ainda mais nesse conturbado São Paulo, Raí não terá competência (nessa função) para responder. Ele se preparou para isso? Passou por qual clube antes?

Raí sabe onde está pisando, sabe com quem está lidando e mesmo assim aceitou o cargo. Se Leco, que já teve oito diretores de futebol sob sua batuta em pouco mais de dois anos, usou Rogério Ceni até onde foi estratégico e depois o demitiu, por que não fará o mesmo com Raí?! É só esperar o dia…

Um clube de futebol é grande por vários fatores: pela sua história, glórias, torcida, pelas pessoas que compõe o seu capital humano e diversos outros fatores.

E a questão de grandeza também é relativa. Real Madri e Barcelona, por exemplo, são gigantes mundiais. Flamengo e Corinthians são grandes aqui no Brasil – ou temos corintianos e flamenguistas em massa na Ásia, como no caso dos clubes espanhóis? Conheço até time grande dentro do futebol de várzea de uma cidade do interior.

Pois bem, vejamos o que fez a Chapecoense.Começou um trabalho do zero, da maneira mais trágica possível. Sabendo que sucesso no futebol é composto por sequência, conjunto e manutenção de filosofia de trabalho, o que poderíamos esperar da Chape?!

É verdade que erros foram cometidos. Por exemplo, o time foi dirigido por três treinadores nas 38 rodadas do Brasileirão: Vágner Mancini, Vinicius Eutrópio e Gilson Kleina. Mas quem imaginaria que essa equipe chegaria a Libertadores 2018?! Esqueça que é G-8 (um absurdo, concordo!). Pense que não havia jogadores, técnico e a maior parte do corpo diretivo há um ano.

Um clube como um todo é muito maior que a soma das partes. Há algo que vem de dentro, da alma, do simbolismo de um brasão, do imponderável, muitas vezes até do inexplicável (logo eu que gosto de saber o porque de tudo). A Chapecoense 2018 é o retrato disso!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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