Opinião

Raffard – Memória V

04/12/2015

Raffard – Memória V

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Denizart Fonseca

Na bem intencionada decisão de; rememorando os anos passados até os atuais, consultando a memória, relembrando e visualizando ruas, imóveis e lugares por onde passamos parte de nossa infância, citando nomes de pessoas aqui residentes – a maioria compondo famílias imigradas da Itália – recordando fatos alegres e tristes, tudo parte da história da então Villa Raffard, esperamos estar colaborando para que a juventude atual e futura valorize e homenageie os pioneiros que aqui chegaram dando vida, ordeiramente incentivando e desenvolvendo o seu progresso.

Partindo da frente do semicírculo sobre enorme portão também de metal, que separava a Usina do vilarejo, havia a direita o Posto Policial seguido de um grande transformador de eletricidade. Do lado esquerdo ficava a Rua da Estação (porque descia para a Estação da Estrada de Ferro Sorocabana), tendo, após o muro, uma oficina de serralheria, uma alfaiataria e na esquina a residência da família Abel.

Entre essa casa e o prédio da Estação, havia trilhos por onde também manobravam as máquinas do Engenho. Da Empresa Sorocabana os trens de passageiros, vindos de São Paulo obedeciam três horários de parada: 09,13 e 2100m, seguindo até Piracicaba de onde, voltando para São Paulo, aqui paravam as 07 e 13 e 1700m. Durante o dia, havia trens de carga apenas para o transporte de materiais, frutas, verduras, legumes, etc., etc.

Do lado direito da Rua – agora subindo – duas moradias, a barbearia do Bife Rales, depois de propriedade do Sr. Américo Bartolini (também professor de música) uma máquina de beneficiar de arroz, terminando na esquina com um barzinho, cujo proprietário (talvez por usar um grande chapéu de abas muito largas), era chamado de vaqueiro fawest.

Dobrando a esquerda seguindo pela Rua Maurice Allain, após o muro um espaço vago anterior às casas geminadas onde na primeira residia a família Galzinatto e na segunda o cirurgião dentista Dr. Erasto Godoy da Fonseca com esposa e filho. Na sequência açougue e armazém assim como a residência do Sr. Carlos Carnevalle, proprietário de todos esses imóveis.

É provável estarmos repetindo alguns trechos, pelo que nos penitenciamos, mesmo entendendo que irá apenas reforçar o lado histórico do lugar.

Relembramos a farmácia do Sr. Hermano Vaz, da barbearia do Bernardino Tirelli, o açougue do José Ciqueira, a vendinha de frutas e verduras da Dna. Bêga, depois o Cine Paratodos, imóvel tendo a frente grande espaço, em cujo salão adaptado para rinque de patinação, que era também usado para solenidades de formaturas dos diversos Cursos de ensino, foi palco de uma luta de Box, apresentações do Grupo Teatral “Joana Darc” bem como; devidamente preparado, em cerimônia, receber visitas de importantes personalidades políticas.

Nos três degraus da escada em frente ao cinema, nas noites e antes da projeção, pessoas da família Baena vendiam – em grandes cestas – saquinhos de pipoca, amendoim e paçoca às pessoas que: na Rua Maurice Allain, apelidada então de Rua do Vai-e-Vem, ao cessar a música do cinema anunciando que iria começar a sessão, apressavam-se em comprar também o ingresso que era vendido por Dna. Teresina e recebido na porta pelo seu esposo Bépe Sapo (apelido recebido por ser exímio nadador).

O projetor ficava atrás da tela. Para ficar bem esticada, recebia jatos de água por elemento apelidado de “moia o pano”. Três acomodações havia para os assistentes: plateia, camarote e o “poleiro” por ser na parte alta e os assentos em bancos de madeira, ao oposto dos demais que eram cadeiras. Ao lado esquerdo do Cine, havia o Armazém de secos e molhados do Sr. Teodomiro de Camargo e Pompeu Pasqualini, vizinho da Agência do Correio cujo Agente, o Sr. Paulino Pellegrine, ao apanhar a bolsa com correspondência chegada pelo trem das 09h00min., entregava a emitida. Na parte térrea do prédio em que residia adaptada para Agência, pronunciando em tom audível os nomes, fazia a entrega aos destinatários aguardando no interior ou na calçada. Fato que não pode ser omitido é o da entrega nos endereços á correspondência das pessoas que por ventura lá não estivessem então. O primeiro estafeta voluntário chamava-se Ademar Cruz, filho de Francisco (Paco) e Afonsa Cruz.

Seguiremos na caminhada na próxima edição.

Cidadania

Estamos no início do último mês do ano de 2015, ano que passou a jato, não nos dando oportunidade de concluirmos todos os planos arquitetados, assistindo alguns e ouvido falar de outros assuntos alegres e tristes – os primeiros menores que os segundos – crises em todos os sentidos, especialmente no financeiro, causando desempregos e consequente situação aflitiva aos chefes de família, isso tudo sem falar nas manifestações terroristas, o desequilíbrio no setor educacional e político. Uma vergonha nacional, manchando a nossa imagem no exterior.

Mas demonstrando patriótico otimismo, continuaremos rogando aos Céus que: de acordo com o nosso merecimento, nos dê força, coragem, paciência e resignada aceitação para não esmorecermos, prosseguindo com fé esperança para que haja Harmonia, Amor e Paz para toda a Humanidade.

Que assim seja.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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