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Contos do caipira: Passeando de charrete

Na noite passada, fui acordando de um sonho gostoso!

Um sonho lindo, que não deveria de me acordar.

Queria ficar mais tempo na cama, eu não queria me levantar!

Virei-me do outro lado, tentando o sonho continuar.

Neste sonho, saímos logo pela manhã, a um passeio de charrete.

Eu mesmo segurava as rédeas, e o cavalo num troteado macio.

O sereno batia no rosto, manhã fria.

Dava pra ver a fumaça saindo do nariz do animal.

Mas não sentíamos frio!

Aquela minha charrete, de cor alaranjada, eu a conservava muito bem.

Tinha as rodas pintadas, nos paralamas, ramos de flores desenhados.

Um arreio bem feito, as rédeas de couro trançado, o passeio foi longo.

Campos verdes, floridos, o animal acabou ficando banhado com o suor.

Formava espuma no peitoral decorado.

Mas eu não estava sozinho!

Tinha alguém do meu lado!

Duas pessoas, com quem eu conversava pelo caminho.

Com uma das mãos, eu segurava as rédeas, com a outra, eu fazia carinho.

Acariciava os cabelos de minha amada

que apreciava as belezas do caminho!

Ao seu lado, nossa filha!

Também admirando tudo.

Muitas vezes, tive que parar a charrete um pouquinho.

Colhendo flores bonitas, eu as ofertava com carinho.

Em meio a tantos perfumes, as minhas senhoras do meu lado.

Aquele passeio lindo, logo o sol nos aquecia, e cada vez mais a gente ouvia

o canto alegre dos passarinhos, na minha charrete de banco macio.

Eu fui despertando, e não acreditando, que tudo aquilo era um sonho.

E a charrete que eu sempre quis, aos poucos foi desaparecendo, por ser um sonho.

Eu fui acordando, mas vi que as riquezas que estavam comigo na charrete

eram a Laila, minha filha, e a minha esposa Cris.

No sonho, eu as deixava em nossa casa, cercada por um lindo jardim.

As duas me acenando, e com a charrete eu fui me distanciando.

Minha esposa e minha filha, depois do belo passeio de charrete,

elas corriam pelo jardim, muito felizes.

Eu mandando beijos, com muito amor,

para as minhas riquezas, e eu fui acordando…

Ainda olhando para trás, caminhando com a charrete,

dizia e acenava feliz:

Um beijinho pra Cris e pra Laila, também.

Toninho Junqueira

Toninho Junqueira é locutor há mais de 40 anos, escritor e restaurador de cadeiras antigas e imagens sacras. Desde 2021, conduz sua própria rádio, a São Gonçalo, com 24 horas de programação sertaneja raiz. Fale com o autor por telefone ou WhatsApp: (19) 99147-8069.

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