Guardo vivo na memória o dia em que recebi uma mensagem do Túlio, me convidando para trabalhar no jornal O Semanário. Era 20 de novembro de 2013 e eu estava a uma semana de apresentar meu TCC. Ao mesmo tempo, sentia uma imensa energia acumulada, pronta para colocar em prática tudo o que eu tinha aprendido na faculdade de Jornalismo. Topei na hora. E não me arrependi.
Foram dois anos de muito desenvolvimento e satisfação profissional, pois eu tinha autonomia para sugerir as pautas, correr atrás dos personagens e fazer as entrevistas ao longo da semana, elaborar as fotos e, por fim, escrever.
Túlio sempre acreditou e confiou em mim e, por meio deste apoio, acho que consegui contribuir com um jornalismo de qualidade na região, que não só ia às casas dos assinantes antes mesmo de o galo cantar na sexta-feira, como era compartilhado às pencas a partir do Facebook da redação. Serviço megaessencial, afinal, como o Túlio sempre me dizia: “são os jornais do interior que registram as histórias das cidades”.
No meio deste caminho, iniciei minha pós-graduação em Jornalismo Literário, e foi quando recebi o estímulo e o respaldo que eu precisava para explorar ainda mais a técnica da escrita humanizada. Eu vivia atrás principalmente dos moradores de Rafard e de Capivari em busca de histórias marcantes para emocionar o leitor. As datas comemorativas eram perfeitas para elaborar pautas gostosas de ler.
Quando falo sobre isso, dois textos me vêm à cabeça: primeiro, o perfil que escrevi sobre a saudosa dona Virgínia Bastos de Mattos, para celebrar seu centenário. Que mulher marcante. Depois, a homenagem aos 50 anos de Rafard, na qual a vovó Ligia e o seu Zequinha Cerezer reviveram suas memórias como cidadãos rafardenses, entrelaçadas ao crescimento da cidade. Dentre tantas outras centenas de matérias.
Neste aniversário de 29 anos, desejo vida longa ao jornal O Semanário. Em meio a tudo isso que estamos passando, sobretudo na era das fake news, o papel do veículo de comunicação se faz ainda mais necessário para levar informação verdadeira e de qualidade à população, sempre fiel aos fatos e à memória de seu povo. A notícia bem apurada faz pensar e permite ao cidadão formar uma opinião embasada, e não palavras ditas da boca pra fora a partir do que se lê em rasas mensagens de WhatsApp.
Que o jornal O Semanário se mantenha sempre firme e forte perante as adversidades, e sedento na busca pela informação.
Por Laila Braghero, 29 anos, jornalista, atualmente é gestora de Comunicação e Marketing do Hopi Hari
